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Afinal, estamos sozinhos no universo? Especialistas explicam por que - provavelmente - não

Cientistas defendem que a vida fora da Terra é não só possível, mas altamente provável

Afinal, estamos sozinhos no universo? Especialistas explicam por que - provavelmente - não (Foto: NASA)

247 - Olhar para o céu estrelado e questionar se estamos sozinhos no universo é um exercício que intriga cientistas há séculos. A BBC News Brasil destacou em reportagem recente que, apesar da falta de provas definitivas, especialistas acreditam ser quase impossível que a vida exista apenas na Terra. Afinal, nosso planeta é apenas um ponto em meio a bilhões de galáxias e estrelas.

Segundo a astrônoma britânica Maggie Aderin-Pocock, a matemática joga a favor dessa hipótese: "Estamos bastante convencidos de que existe vida lá fora. É puramente uma questão de números. É probabilidade". A Via Láctea, sozinha, reúne cerca de 300 bilhões de estrelas — muitas delas com sistemas planetários em zonas habitáveis.

Caça a planetas habitáveis

O avanço da astronomia nas últimas décadas ampliou a busca por mundos capazes de sustentar vida. Técnicas de espectroscopia permitem analisar a composição química da atmosfera de exoplanetas, revelando se apresentam características semelhantes às da Terra. O professor Tim O’Brien, da Universidade de Manchester, reforça essa perspectiva otimista: "Conhecemos centenas de planetas potencialmente habitáveis. É quase certo que, dentro da próxima década, iremos descobrir um planeta que talvez até mostre indícios potenciais de vida".

Mesmo em nosso próprio planeta, organismos resistentes encontrados em regiões inóspitas — como fossas oceânicas profundas e locais sem luz solar — provaram que a vida pode prosperar em condições muito diferentes das esperadas. Esse fator amplia as chances de que luas ou outros corpos celestes também possam abrigar alguma forma biológica.

Vida simples ou inteligência avançada?

Se a existência de vida parece cada vez mais provável, a questão central passa a ser: que tipo de vida está além da Terra? A maior parte da história do nosso planeta foi dominada por microrganismos simples, e só após bilhões de anos surgiram organismos multicelulares complexos. Por isso, determinar se a vida extraterrestre seria inteligente é um desafio ainda maior.

O próprio O’Brien lembra que o contato com outra civilização depende não só de evolução tecnológica, mas também de fatores de tempo e sobrevivência: civilizações podem surgir e desaparecer rapidamente em escala cósmica, diminuindo as chances de cruzarmos caminhos.

Comunicação interestelar: o longo silêncio

Desde 1960, radiotelescópios são utilizados para captar possíveis sinais vindos do espaço. Contudo, há inúmeras maneiras de uma civilização transmitir mensagens, e nem sempre conseguimos decodificá-las. Além disso, mesmo que estejamos na mesma frequência, as distâncias envolvidas tornam a comunicação lenta.

Projetos como o Breakthrough Listen, da Universidade da Califórnia, monitoram milhões de estrelas em busca de sinais. Ainda assim, uma mensagem enviada de um ponto distante da Via Láctea pode levar dezenas de milhares de anos para chegar até nós — o que faz com que uma conversa seja praticamente inviável.

A impossibilidade das visitas

As viagens intergalácticas, tão exploradas pela ficção científica, seguem fora do alcance da tecnologia conhecida. Enquanto ondas de rádio podem viajar à velocidade da luz, naves espaciais estão limitadas a velocidades ínfimas diante das escalas do universo. Maggie Aderin-Pocock observa que, mesmo que existam civilizações com tecnologia avançada, isso não garante que elas tenham interesse em vir até nós.

Além disso, a “janela de oportunidade” é curta: a Terra existe há 3,5 bilhões de anos, mas a presença de humanos modernos soma apenas cerca de 300 mil. Caso outras civilizações não coexistam nesse mesmo intervalo, o encontro pode nunca acontecer.

O mistério que persiste

A possibilidade de que seres alienígenas tenham visitado a Terra em tempos remotos não pode ser totalmente descartada, mas especialistas afirmam não haver indícios de que isso tenha ocorrido durante a presença humana. Para muitos cientistas, a resposta sobre vida fora do planeta continuará sendo um dos maiores enigmas da ciência moderna — talvez sem solução durante a nossa existência.

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