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Uefa adia decisão sobre banir Israel de competições

Entidade europeia decidiu aguardar proposta de paz apresentada pelos Estados Unidos antes de deliberar sobre banimento

Uefa adia decisão sobre banir Israel de competições (Foto: Reuters)

247 - A União das Associações Europeias de Futebol (Uefa) decidiu adiar a votação que poderia resultar na suspensão de Israel de suas competições. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (1º) pelo vice-presidente da Fifa, Victor Montagliani, durante conferência de negócios esportivos em Londres.

Segundo informações publicadas pelo jornal O Tempo, a decisão está diretamente ligada à mais recente iniciativa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que apresentou uma proposta de acordo de paz para encerrar o conflito em Gaza. Diante desse movimento diplomático, a entidade europeia optou por esperar os próximos desdobramentos antes de tomar uma posição definitiva.

Pressão internacional sobre a Uefa

A Uefa vinha sofrendo crescente pressão após um grupo independente de especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) recomendar a suspensão da Associação Israelense de Futebol (IFA) tanto pela Fifa quanto pela própria entidade europeia. Diante da repercussão, veículos internacionais chegaram a antecipar uma reunião emergencial ainda nesta semana, mas Montagliani descartou essa possibilidade.

“A Uefa disse que vai pausar a votação e esperar pelo plano de paz. Mas, antes de tudo, (a IFA) é membro da Uefa e cabe a eles lidar com isso. Eu respeito o processo e qualquer decisão que tomarem”, afirmou o dirigente canadense de 60 anos, que também preside a Concacaf.

Reivindicações palestinas e contexto político

O pedido para suspender a federação israelense não é novidade. Desde 2014, a Federação Palestina de Futebol (PFA) vem protocolando solicitações semelhantes. A mais recente ocorreu em maio de 2024, durante o Congresso da Fifa em Bangcoc. Na ocasião, o presidente Gianni Infantino encomendou uma análise jurídica independente, encaminhada meses depois aos comitês disciplinares e de governança, mas sem avanços concretos até o momento.

A pressão aumentou após a divulgação de um relatório da ONU que acusa Israel de genocídio em Gaza — acusação rejeitada por Tel Aviv. O impacto político foi imediato, com países como França e Reino Unido reconhecendo oficialmente a Palestina como Estado soberano.

Mobilização nas arquibancadas e no cenário internacional

Em paralelo às pressões políticas, torcedores também se manifestaram em estádios europeus. Durante uma partida da Europa League entre PAOK, da Grécia, e Maccabi Tel-Aviv, da equipe israelense, bandeiras da Palestina foram erguidas nas arquibancadas, evidenciando a dimensão do tema além das instâncias oficiais.

Além da ONU, organizações de direitos humanos como a Anistia Internacional também reforçaram o pedido de banimento. Em carta enviada à Fifa e à Uefa, a entidade defendeu a exclusão de clubes israelenses até que a IFA impeça a participação de times oriundos de assentamentos ilegais na Cisjordânia.

Impacto esportivo imediato

Enquanto o debate político e jurídico segue em aberto, a seleção israelense mantém seu calendário esportivo. Atualmente mandando seus jogos na Hungria, Israel encara a Noruega em Oslo no dia 11 de outubro e a Itália em Údine, no dia 14, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. O grupo está equilibrado: noruegueses lideram, enquanto israelenses e italianos aparecem logo atrás, empatados em nove pontos.

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