Membros da Uefa são favoráveis a banir Israel do futebol europeu
A entidade deve bater o martelo em reunião na semana que vem
247 - A União das Associações Europeias de Futebol (Uefa) deve se reunir na próxima semana para decidir se suspende Israel de todas as competições europeias, tanto em nível de clubes quanto de seleções. O tema ganhou força após crescentes pressões internacionais e protestos em partidas recentes.
De acordo com o jornal britânico The Times, a maioria dos membros do comitê executivo da Uefa se mostra favorável à medida, especialmente depois que oito especialistas da ONU, entre eles Francesca Albanese, relatora especial para a Palestina, pediram publicamente que Fifa e Uefa punam Israel pelo que classificam como “genocídio nos territórios ocupados”.
Pressão da ONU e precedente da Rússia
Os defensores da suspensão apontam o caso da Rússia como precedente direto. Desde 2022, o país está banido das competições organizadas pela Uefa e pela Fifa em razão da invasão da Ucrânia. Para os especialistas da ONU, medidas semelhantes devem ser aplicadas a Israel, embora ressaltem que a punição não deve recair sobre atletas individualmente, mas sim sobre seleções nacionais que representem Estados acusados de violações graves de direitos humanos.
Apesar disso, uma eventual suspensão na esfera europeia não teria efeito automático na Fifa. Israel disputa as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 e atualmente ocupa a terceira posição em seu grupo, atrás de Noruega e Itália.
Impacto nos clubes e protestos recentes
No cenário dos clubes, o Maccabi Tel Aviv é o único representante israelense nesta temporada da Liga Europa. A equipe tem enfrentado protestos durante jogos, como ocorreu na partida contra o PAOK, na Grécia. Até o momento, a Uefa tem se manifestado de forma discreta. Em agosto, exibiu apenas uma mensagem contra a morte de civis e crianças durante a Supercopa da Europa, sem mencionar diretamente Israel.
A polêmica cresceu ainda mais após a morte do jogador palestino Suleiman al-Obeid, considerado o “Pelé palestino”. A Associação Palestina de Futebol afirmou que ele foi vítima de uma ação militar israelense em Gaza. O episódio gerou comoção no meio esportivo e levou o egípcio Mohamed Salah, astro do Liverpool, a questionar publicamente a Uefa em suas redes sociais: “Podem nos dizer como, onde e por que ele morreu?”