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Memphis Depay envia mensagem de apoio a Oruam após chacina policial no Rio

Jogador do Corinthians demonstra solidariedade ao rapper, que criticou a megaoperação policial no Complexo da Penha

Memphis Depay (Foto: Divulgação)

247 - O rapper Oruam, de 24 anos, recebeu uma mensagem de apoio do jogador do Corinthians, Memphis Depay, após se manifestar publicamente sobre a megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro na última terça-feira (28).

De acordo com informações publicadas pela CNN Brasil, Oruam compartilhou nas redes sociais uma captura de tela de uma conversa com o atacante. Na mensagem, Depay escreveu: “Stay strong in these stressful times. The kids and new generation you can safe them” (“Fique forte nesses tempos difíceis. As crianças e a nova geração, você pode salvá-las”).

Críticas à violência nas favelas cariocas

Antes da troca de mensagens com o jogador, Oruam havia publicado uma série de textos nas redes sociais condenando a operação das polícias Civil e Militar. Em uma das postagens, o artista escreveu: “Minha alma sangra quando a favela também tem família. Se tirar o fuzil da mão, existe o ser humano."

Em outra publicação, no X (antigo Twitter), o rapper reforçou seu posicionamento crítico: “O crime é o reflexo da sociedade. O dia que eu ver a favela chorar e não vir aqui falar desse sistema sujo, não vou estar sendo eu. Minha alma sangra. Tirar o fuzil, existe o ser humano. Eu nunca vou achar normal a polícia entrar em uma favela e matar 70 pessoas quando o que sempre faltou foi oportunidade. Favela tem família, favela não é parque de diversão da burguesia, favela é campo de concentração.”

A operação mais letal da história do Rio

Batizada de Operação Contenção, a ação conjunta entre as forças de segurança do estado teve como objetivo, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SESP) e o governo fluminense, combater a expansão territorial do Comando Vermelho (CV). O saldo, porém, foi trágico: ao menos 121 mortos, incluindo 60 suspeitos e quatro policiais — dois civis e dois militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).

Além das mortes, 81 pessoas foram presas, entre elas Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como Belão, apontado como o operador financeiro do Comando Vermelho no Complexo da Penha e braço direito do chefe da facção, Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso. As autoridades também apreenderam 91 fuzis, explosivos e drogas.

Repercussão e indignação nas comunidades

A operação gerou forte reação entre moradores e ativistas. De acordo com o Instituto Papo Reto, coordenado por Raull Santiago, dezenas de corpos foram encontrados em uma área de mata na Serra da Misericórdia, sendo levados por moradores até a Praça São Lucas, no Complexo da Penha, na manhã de quarta-feira (29).

Diante da gravidade dos fatos, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) pediu explicações às autoridades sobre a ação que transformou o estado em um cenário de guerra.

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