A partir de um áudio, o presidente da CBF foi citado como parte de um esquema de crimes eleitorais
Foram determinados dez mandados de busca e apreensão, além do bloqueio judicial de mais de R$ 10 milhões nas contas dos investigados
247 - Um áudio de uma pessoa investigada em um esquema de crimes eleitorais no estado de Roraima foi um dos motivos que resultaram na Operação da Polícia Federal contra o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Samir Xaud. A Polícia Federal teve acesso ao áudio, atribuído a Renildo Lima, que foi candidato a vereador. Ele e a sua mulher, a deputada federal Helena da Asatur (MDB-RR), também foram alvos da operação. A investigação começou após a apreensão de R$ 500 mil, em setembro de 2024, às vésperas das eleições municipais. O valor foi encontrado na cueca de Renildo, durante a campanha.
Na investigação foram determinados dez mandados de busca e apreensão nos estados de Roraima e Rio de Janeiro, além do bloqueio judicial de mais de R$ 10 milhões nas contas dos investigados. Com base na gravação, o juiz Ângelo Augusto Mendes, da 5ª Zona Eleitoral de Roraima, autorizou buscas em endereços de Xaud no estado e na sede da CBF, no Rio de Janeiro. Os relatos foram publicados no jornal Folha de S.Paulo.
O áudio afirma: "Agora nós estamos mais fortes, graças a Deus, porque eu e Helena tivemos o cuidado de colocar nas superintendências políticos que já foram testados nas urnas e bem votados. Por exemplo, o Samir [Xaud] teve 5.000 votos, então, o pedido dele, pelo menos 500 ele consegue".
De acordo com o magistrado, a PF entendeu que os votos de Xaud foram referentes a 2022, quando ele tentou a eleição para deputado federal pelo mesmo partido de Helena, em 2022. Recebeu 4.816 votos e não se elegeu. O atual presidente da CBF também foi secretário-adjunto de Saúde de Boa Vista, entre maio de 2024 e março deste ano.
Segundo o magistrado, a polícia entendeu que a mensagem revela que Samir foi nomeado estrategicamente a cargo de direção partidária e utilizado para captação de votos em benefício do grupo.
O Ministério Público (MP-RO) afirmou que não se encontravam indícios concretos ou individualizados que justificassem a inclusão de Xaud como parte do grupo criminoso e foi contrário às determinações pedidas pela PF contra Xaud.
Outro lado
Em nota, a assessoria da CBF disse que a operação não tem relação com a confederação ou futebol brasileiro e que o presidente da entidade, Samir Xaud, não é o centro das apurações. E afirmou que nenhum equipamento ou material foi levado pelos agentes. O presidente, disse a nota, "permanece tranquilo e à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários".
A assessoria da parlamentar disse que ela foi surpreendida com a notícia e jamais foi notificada a prestar esclarecimentos às autoridades competentes.
"Causa perplexidade a adoção de medidas tão gravosas sem que tenha havido a apresentação de fatos concretos que as justifiquem. Como cidadã e representante eleita democraticamente, a deputada respeita e defende o trabalho das instituições, reafirmando seu compromisso com a transparência, a ética pública e o devido processo legal", disse.
Ela também afirmou que "seguirá concentrada em seu trabalho legislativo e na defesa dos interesses da população de Roraima, com a serenidade e a responsabilidade que sempre pautaram sua atuação pública".
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