Stoppa: Bolsonaro está fora, a direita quer Tarcísio e a esquerda precisa se unificar em torno de Lula
Com Bolsonaro monitorado por tornozeleira, empresários migram para Tarcísio e chegou a hora da unidade do campo progressista sob a liderança de Lula
247 – Em uma edição especial do programa “Léo ao Quadrado”, transmitido pelo canal TV 247 no YouTube, o jornalista Leonardo Stoppa, ao lado do também jornalista Leonardo Attuch, analisou as mudanças no cenário político brasileiro após a imposição da tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo Stoppa, a derrocada de Bolsonaro abre caminho para a reorganização da extrema direita em torno do governador Tarcísio de Freitas, ao mesmo tempo em que a esquerda tem a responsabilidade de se unir ao redor do presidente Lula.
“Bolsonaro já vive uma prisão há muito tempo. A tornozeleira é apenas a etapa mais visível. Desde que perdeu o passaporte, sua liberdade foi sendo retirada aos poucos”, afirmou Stoppa. Para ele, o ex-presidente “já cumpre pena” desde que foi derrotado nas urnas e passou a ser alvo de investigações judiciais.
O abandono do agro e a ascensão de Tarcísio
Stoppa destacou que Bolsonaro perdeu o apoio do setor empresarial, especialmente do agronegócio, após defender políticas que prejudicaram diretamente os produtores brasileiros. “O Bolsonaro acabou para o agro. O Eduardo Bolsonaro foi ao cúmulo de dizer que os empresários deveriam sofrer agora para não virar Venezuela depois. Mas bilionário não cai em conversa fiada”, afirmou.
Segundo Stoppa, esse movimento acelerou a definição do próximo nome da direita. “A direita já escolheu o candidato. É o Tarcísio. Bolsonaro não tem mais influência, não manda mais nada. O agro já migrou, as emissoras migraram, o empresariado já definiu. A direita tem rumo”, analisou.
A carta de Trump e o fim do bolsonarismo
Durante o programa, Stoppa também criticou a carta enviada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao presidente Lula. “Essa carta é uma grande piada. Trump não pode mandar em Supremo Tribunal algum. Ele fez isso apenas para tumultuar. Foi um presente para o Lula, porque escancarou para o mundo a soberania do Brasil”, afirmou.
Para Stoppa, Trump utilizou Bolsonaro como instrumento para tentar desestabilizar o país, mas acabou acelerando seu isolamento político. “O Bolsonaro não tem mais apoio nem lá fora, muito menos aqui dentro”, resumiu.
Eduardo Bolsonaro sob risco de prisão
Stoppa também projetou que o deputado Eduardo Bolsonaro deve enfrentar em breve um mandado de prisão. “Eduardo será preso. Trump pode protegê-lo momentaneamente, mas o próximo presidente dos Estados Unidos vai extraditá-lo. O nome Bolsonaro virou sinônimo de problema internacionalmente”, declarou.
Ele afirmou que a situação da família Bolsonaro é irreversível: “Perderam apoio empresarial, popularidade e agora enfrentam o peso da lei. O bolsonarismo foi sepultado”.
Lula como único líder popular
Stoppa defendeu que a esquerda deve focar todas as suas forças em torno da liderança de Lula. “Não existe alternativa viável ao Lula. Quem achar que é possível inventar uma terceira via na esquerda está trabalhando para o Tarcísio. Só Lula tem a força para enfrentar a máquina de ódio da direita”, disse.
Ele acrescentou que qualquer discurso sobre renovação política serve apenas para dividir a esquerda e facilitar a vitória da extrema direita: “Quem quer democracia precisa fechar com Lula”.
São Paulo continua sendo desafio para a esquerda
Na avaliação de Stoppa, o campo progressista ainda tem dificuldades para dialogar com o eleitorado paulista. “A esquerda precisa parar de tratar trabalhador como ‘pobre coitado’ e falar de forma direta com o povo de São Paulo. Haddad foi bem, mas a comunicação precisa ser aprimorada”, analisou.
Ele defendeu uma nova abordagem para disputar o estado: “É preciso falar em desenvolvimento, empreendedorismo, emprego, e não cair na armadilha de estereótipos criados pela direita”.
Reconstrução do nacionalismo sob Lula
Stoppa defendeu ainda que Lula resgate a bandeira do nacionalismo, sequestrada pela direita nos últimos anos. “A direita usou o verde e amarelo para vender um projeto entreguista. Agora precisamos recuperar o verdadeiro nacionalismo: soberania econômica, indústria forte e respeito ao povo”, afirmou.
Segundo Stoppa, Lula é o único líder capaz de reescrever o sentido do nacionalismo no Brasil: “A direita se vendeu a interesses externos. Lula representa o Brasil soberano e o povo trabalhador”.
A análise completa foi realizada no programa apresentado por Leonardo Attuch, com participação de Leonardo Stoppa, e pode ser conferida no canal TV 247 no YouTube. Assista:
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