Rui Costa Pimenta diz que elites querem tirar Bolsonaro e Lula das eleições
Presidente do PCO alerta que prisão domiciliar de Bolsonaro faz parte de manobra da burguesia para excluir lideranças populares e impor agenda neoliberal
247 – O presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, avaliou a prisão domiciliar imposta a Jair Bolsonaro como parte de uma estratégia mais ampla para afastar da disputa eleitoral as principais lideranças populares do país, incluindo o presidente Lula. A análise foi feita em transmissão ao vivo pela TV 247 nesta sexta-feira, 18 de julho, e está disponível na íntegra no YouTube (assista aqui).
Rui afirmou que a prisão domiciliar imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a Bolsonaro não é uma defesa da democracia, mas um movimento articulado pelas elites nacionais em parceria com o imperialismo internacional. Segundo ele, “eles vão levando adiante o plano deles: tirar o Bolsonaro da eleição, anular o Bolsonaro eleitoralmente e ver a possibilidade de anular o Lula também”. Para Rui, o objetivo central é excluir da política qualquer candidatura que ameace o domínio da burguesia e dos interesses estrangeiros sobre o Brasil.
A burguesia quer um “novo Fernando Henrique”
Na análise de Rui, o que está em curso é uma “faxina política” para viabilizar um governo alinhado ao capital financeiro, nos moldes do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ou do argentino Javier Milei. Ele afirmou: “A burguesia precisa de um novo Fernando Henrique ou um Milei, alguém que imponha uma política econômica de terra arrasada. Bolsonaro não serve porque não se disciplina totalmente aos interesses do capital”.
O dirigente ressaltou que, mesmo com as privatizações e ataques aos direitos sociais, Bolsonaro desagradou o grande capital pela sua postura errática. “O governo Bolsonaro foi confuso e instável. O capital quer alguém mais confiável para aprofundar a destruição dos direitos sociais no Brasil”, disse.
O STF como instrumento do capital
Rui Costa Pimenta também criticou a atuação do Supremo Tribunal Federal e rechaçou a ideia de que o Judiciário esteja defendendo a soberania nacional contra as ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “O imperialismo apoia o STF, não o Bolsonaro”, destacou. Ele lembrou que ministros do Supremo, como Alexandre de Moraes, apoiaram o golpe de 2016 e nunca defenderam a soberania quando interesses norte-americanos estiveram em jogo. “Agora vendem uma falsa imagem de guardiões da democracia”, criticou.
Rui alertou para o efeito contrário da perseguição judicial, afirmando que isso tende a fortalecer Bolsonaro entre seus apoiadores. “O Bolsonaro é um candidato popular, goste-se dele ou não. Transformá-lo em mártir só amplia sua base”, disse. Ele comparou a situação ao que ocorreu com Lula após a Lava Jato: “A prisão fortaleceu Lula e isso tende a se repetir agora. A esquerda corre o risco de alimentar uma narrativa que fortaleça a extrema direita”.
Manipulação eleitoral em curso
Para Rui, o cerne da questão é a manipulação do processo eleitoral no Brasil. “O problema é a manipulação da eleição, tirar do jogo quem tem voto. Primeiro Bolsonaro, depois Lula. O alvo é qualquer liderança popular”, alertou. Ele acrescentou que o projeto das elites é transferir o apoio da direita a um nome como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que já se movimenta como herdeiro do bolsonarismo, com apoio explícito do setor empresarial.
Rui criticou o que chamou de “caça às bruxas” promovida pelo STF, que determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro, proibiu o ex-presidente de usar redes sociais e impôs severas restrições ao seu contato político. “Nem Lula, quando foi preso, passou por isso. É um processo judicial completamente viciado”, disse. Ele também apontou irregularidades na delação de Mauro Cid e nos inquéritos envolvendo Eduardo Bolsonaro.
Lula corre risco de isolamento político
Ao contrário da expectativa de setores da esquerda, Rui vê o governo Lula ameaçado após o afastamento de Bolsonaro. “Sem Bolsonaro, o sistema vai se voltar contra o governo Lula. Já estão preparando o isolamento político do presidente e o esvaziamento do PT”, disse. Para Rui, o objetivo final é impor uma gestão neoliberal pós-2026, sem obstáculos populares no caminho.
O presidente do PCO alertou ainda sobre a ilusão de parte da esquerda em confiar no STF como defensor da democracia. “Os mesmos que deram o golpe em 2016 e prenderam Lula agora posam de democratas. É preciso entender que o objetivo deles é atender aos interesses do capital, não defender a democracia nem o povo”, concluiu.
A análise de Rui Costa Pimenta foi uma advertência sobre o atual momento político do país, onde a suposta manipulação judicial ameaça excluir do jogo eleitoral os candidatos mais populares, abrindo caminho para a retomada agressiva do neoliberalismo no Brasil. Assista:
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