HOME > Entrevistas

“Sem a bênção de Bolsonaro não haverá uma candidatura unitária de direita”, diz Breno Altman

Jornalista analisa dependência do bolsonarismo na definição da sucessão da direita em 2026

“Sem a bênção de Bolsonaro não haverá uma candidatura unitária de direita”, diz Breno Altman (Foto: Divulgação | Reuters )

247 - Em entrevista ao Bom Dia 247, o jornalista Breno Altman sustentou que a definição do candidato da direita à presidência em 2026 depende exclusivamente de Jair Bolsonaro. “Sem a bênção de Bolsonaro não haverá uma candidatura unitária de direita”, afirmou, destacando que o ex-presidente permanece como peça central do tabuleiro político mesmo diante de processos judiciais que podem levá-lo a longos anos de prisão. Para Altman, o bolsonarismo continua a ser a força mais organizada da direita e nenhuma liderança conseguirá se viabilizar eleitoralmente sem seu aval.

Segundo o jornalista, a mobilização em torno da anistia de Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão por liderar a trama golpista, não se explica apenas pela tentativa de garantir liberdade ao ex-presidente, mas também como demonstração de fidelidade de possíveis sucessores. Entre eles, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, surge como alternativa mais viável para setores conservadores interessados em construir uma frente ampla. No entanto, Altman ressalta que essa viabilidade depende de um gesto explícito de Bolsonaro, que precisa convencer sua base de que Tarcísio é o herdeiro político. “Para se viabilizar, ele precisa mostrar à base bolsonarista e ao próprio ex-presidente que luta pela anistia do chefe”, disse.

Altman sublinha que a direita liberal e o centrão podem enxergar em Tarcísio um nome capaz de agregar partidos como União Brasil, PP, PSD e até setores do MDB, mas sem a chancela de Bolsonaro essa articulação se inviabiliza. A lógica, explica, é semelhante ao que ocorreu em 2018 com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja liderança, mesmo preso, foi determinante para levar Fernando Haddad ao segundo turno. “Tudo passa por Bolsonaro. Ele é quem define o cenário eleitoral de 2026”, resumiu Altman. O dilema, portanto, não é apenas jurídico, mas também político: Bolsonaro sabe que sua liberdade depende de garantir uma vitória eleitoral da extrema direita, e seus possíveis sucessores sabem que sem seu carimbo não terão chance de disputar o poder. Assista: 

 

Artigos Relacionados

Carregando anúncios...