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“Se a China comprar parte da dívida brasileira, o poder da Faria Lima será menor”, afirma Paulo Nogueira Batista Júnior

Economista aponta que parceria Brasil-China, negociada por Gabriel Galípolo, pode reduzir a dependência do circuito financeiro ocidental

(Foto: Brasil247 | Reuters)
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a 247 – Durante a entrevista à TV 247, o economista Paulo Nogueira Batista Júnior também abordou os desdobramentos econômicos da crescente aproximação entre o Brasil e a China. “Se a China passar a comprar títulos da dívida brasileira, o poder da Faria Lima será menor”, declarou, sugerindo que essa cooperação pode reduzir a dependência do Brasil em relação ao sistema financeiro do Ocidente.

Ele defendeu que a relação bilateral seja construída em bases mais igualitárias e que a China está disposta a apoiar a reindustrialização brasileira. “A relação com a China não pode ser colonial. É muito bom que a China esteja disposta a apoiar a reindustrialização. Isso pode abrir espaço para uma rolagem mais saudável da dívida brasileira”, disse. Segundo ele, “na medida em que os chineses sentirem firmeza, a Faria Lima perde poder”.

O economista afirmou que há mais interesse chinês no Brasil e no BRICS do que havia antes da era Trump. “A China precisa mais do Brasil agora. Eles podem comprar títulos brasileiros. Isso faria o Brasil ficar menos dependente do circuito financeiro do Ocidente.”

Ao comentar a participação do presidente Lula em fóruns multilaterais, Paulo Nogueira elogiou a visita à Rússia no 9 de maio. “Foi muito importante Lula ter ido também à Rússia. Ele fez a coisa certa ao ir a Moscou, para celebrar os 80 anos de vitória sobre o nazismo.” Para ele, os Estados Unidos, hoje, são “uma força destrutiva no mundo” e a China emerge como um “contraponto necessário”.

Por fim, Nogueira destacou a importância da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) como um espaço autônomo de articulação regional. “O fórum Celac é muito importante porque não envolve EUA e Canadá. A interação com a China é essencial porque o país é o maior parceiro comercial de praticamente todos os países da Celac. Ela abre espaço para uma cooperação em novas bases. A China é a maior economia do mundo e oferece alternativas aos países da Celac, enquanto EUA e Europa oferecem muito pouco”, concluiu. Assista:

 

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