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      "Penas de Bolsonaro e dos golpistas serão superiores a 30 anos", diz Kakay

      Advogado criminalista prevê condenação dura e reforça que Bolsonaro deverá cumprir pena em Papuda, seguindo determinação legal

      (Foto: Divulgação)
      Dafne Ashton avatar
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      247 - Em entrevista concedida aos jornalistas Mário Vitor Santos e Regina Zappa, na TV 247, o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, fez uma análise contundente sobre o julgamento histórico do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outras autoridades acusadas de tentativa de golpe. Para ele, o processo marca o amadurecimento democrático do país e o fortalecimento do papel do Judiciário. “Foram mais de 170, se não me engano, 174 decisões monocráticas do ministro Alexandre, e todas foram aceitas pelo colegiado”, destacou, ressaltando a solidez institucional do Supremo Tribunal Federal.

      Kakay foi categórico ao afirmar que a execução da pena seguirá o que está previsto na legislação. “O Bolsonaro vai para Papuda porque é assim que a lei diz. Não há nenhuma articulação para mandar Bolsonaro para Papuda”, disse, citando precedentes como o caso do ex-presidente Fernando Collor e do general Braga Neto. O advogado explicou ainda que pedidos de prisão domiciliar são possíveis em razão da idade ou de problemas de saúde, mas que essa decisão caberá ao juiz da execução penal com base em laudos médicos oficiais.

      Ao analisar a gravidade dos crimes denunciados pelo Ministério Público, Kakay afirmou que não há espaço para dúvidas quanto à autoria e às provas reunidas. “Estamos julgando o líder da organização criminosa armada miliciana. No meu ponto de vista, essas penas estarão em torno de 30 a 32 anos”, afirmou. Segundo ele, a soma das penas é inevitável, já que a denúncia apresentada contempla cinco crimes, e a jurisprudência não permite condenação abaixo do mínimo legal.

      O criminalista também demonstrou confiança na rapidez do julgamento. Disse que já havia previsto, em fevereiro, que o processo seria analisado em setembro, e lembrou que o Supremo reservou sessões para os dias 2, 3, 9, 11 e 12. Para ele, a conclusão sem pedidos de vista é fundamental para evitar riscos adicionais aos ministros e ao próprio andamento do processo.

      Kakay avaliou ainda que o julgamento representa uma virada histórica no Brasil. “Precisamos passar essa página. Só tem uma saída: terminar o julgamento, condenar quem tiver de ser condenado, prender quem tiver de ser preso”, afirmou. Ele também destacou a repercussão internacional do caso, apontando que, enquanto os Estados Unidos ainda não conseguiram levar Donald Trump, atual presidente americano, a julgamento por suas responsabilidades, o Brasil mostra capacidade de aplicar a lei mesmo contra seus líderes mais poderosos.

      As declarações de Kakay reforçam que este não é apenas um processo penal, mas um marco político e institucional que poderá redefinir os limites da democracia brasileira. Se confirmadas suas previsões, o país entrará em um novo capítulo de sua história, com a condenação de Bolsonaro e de outros envolvidos na tentativa de golpe, consolidando o Judiciário como pilar de resistência diante das ameaças da extrema-direita. Assista: 

       

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