Pedro Serrano defende a prisão imediata de Marcos do Val

247 – O jurista Pedro Serrano defendeu a prisão imediata do senador Marcos do Val, que viajou para os Estados Unidos mesmo após ter sido proibido de deixar o país pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi feita em entrevista concedida à TV 247, onde Serrano apontou graves irregularidades e possíveis crimes cometidos por agentes públicos que teriam colaborado com a saída ilegal do parlamentar do território nacional.

Marcos do Val é investigado por uma série de crimes, entre eles: divulgação de documento confidencial, associação criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa. Em março, o STF rejeitou por unanimidade um recurso do senador para reaver seu passaporte, mantendo a proibição de que ele saísse do Brasil.

Apesar disso, Do Val entregou à Polícia Federal apenas seu passaporte comum, mas manteve consigo o passaporte diplomático de senador e com ele embarcou para os Estados Unidos. “Aconteceu isso? Não. Então, quem violou o quê? Eles, ministros, violaram a Constituição”, disse o senador à época, em tom de desafio. A viagem foi confirmada nesta semana.

Durante a entrevista à TV 247, Pedro Serrano foi enfático: “O senador precisa ter a ordem agora de prisão preventiva decretada. Não há outro caminho”. Ele também afirmou que, caso Do Val não retorne voluntariamente, o Brasil deve solicitar um alerta vermelho para que ele seja preso nos Estados Unidos, onde atualmente reside o presidente Donald Trump em seu segundo mandato.

Serrano criticou ainda a atuação da Polícia Federal, classificando como “falha grave” a não apreensão de todos os documentos de viagem do parlamentar e questionando os mecanismos de controle nos aeroportos. “O aeroporto tem que ter mecanismos. A Polícia Federal no aeroporto tem que ter mecanismos de controle. Por que é tão difícil para um cidadão comum e tão fácil para um político?”, questionou.

O jurista também comparou a situação com a de outros cidadãos que são constantemente barrados por homonímia ou exigências documentais rígidas. “Um cidadão trabalhador, correto, está saindo do país e tem que apresentar trinta documentos. Qualquer falha, fica para trás. Agora, essa gente consegue sair com passaporte apreendido.”

Por fim, Serrano cobrou uma investigação disciplinar urgente dentro da Polícia Federal: “Parece que houve um favorecimento indevido. Gente de dentro da estrutura da PF aparentemente colaborou com isso, ou seja, praticou crime para deixar um sujeito que está proibido de sair do território nacional sair.”

Caso semelhante foi lembrado durante o programa: o da ex-deputada que viajou à Itália mesmo com restrições. Para Serrano, o episódio envolvendo Marcos do Val indica conivência institucional e exige reação firme: “Se for comprovada a facilitação dolosa, os envolvidos devem ser expulsos da Polícia Federal e processados.”

A entrevista reforça o alerta sobre a necessidade de garantir isonomia na aplicação da lei, sem privilégios a autoridades investigadas, especialmente em casos que envolvem ameaças à democracia e à ordem constitucional. Assista: