“O genocídio é uma conta: Israel precisa se livrar de dois milhões de palestinos”, diz Breno Altman
Jornalista afirma que fome e massacre em Gaza são parte de uma estratégia demográfica do Estado de Israel para manter maioria judaica no território ocupado
247 – Durante entrevista ao programa Bom Dia 247, o jornalista Breno Altman fez duras críticas à atuação do Estado de Israel na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, denunciando o que classificou como um plano sistemático de extermínio da população palestina. Segundo ele, os ataques não têm apenas caráter militar, mas visam cumprir um objetivo estratégico: alterar o equilíbrio demográfico da região.
“O genocídio é funcional”, afirmou. “Ele é uma conta. [Israel] precisa ter dois milhões de palestinos a menos na região. Eles precisam ir embora. Eles vão embora para outros países ou eles vão embora para a morte.”
Para Altman, Israel utiliza a fome como arma de guerra, promovendo o terror com o objetivo de expulsar ou eliminar parte significativa da população palestina. “Israel quer, para além de massacrar o povo palestino, para além de destruir suas organizações de resistência, se livrar de dois milhões de palestinos. É uma conta demográfica essencial para a sobrevivência do regime sionista.”
O jornalista destacou que o atual governo israelense, com apoio do parlamento, deu fim aos Acordos de Oslo e aprovou a anexação formal da Cisjordânia. “Israel decidiu acabar com a possibilidade do Estado palestino”, disse. “Mais cedo ou mais tarde, terá que se deparar com o seguinte problema: até quando um terço da população continuará sem direito nenhum?”
Segundo Altman, o regime sionista precisaria, ao mesmo tempo, expulsar palestinos e atrair judeus para garantir maioria populacional por mais um século. “Israel precisa se livrar de dois milhões de palestinos e precisa atrair mais um milhão de judeus para ter um bônus demográfico de cem anos”, explicou. Para alcançar esse objetivo, a estratégia passa pelo extermínio de mulheres e crianças. “Os ataques contra as mulheres são porque, uma vez que você ataca as mulheres, a capacidade reprodutiva da população palestina se esgota. Se você mata crianças, você reduz o número de adultos palestinos a médio prazo. É uma ciência, não é um acidente.”
Altman defendeu que a resposta internacional a esse cenário deve se basear no exemplo que levou ao fim do regime do apartheid na África do Sul. Para ele, é necessário intensificar a solidariedade internacional e promover o isolamento de Israel. “A solidariedade internacional tem que isolar Israel. Como é que se isola Israel? Pela ruptura de relações diplomáticas e comerciais.”
Nesse contexto, ele cobrou do governo brasileiro uma postura mais firme e citou um precedente histórico: “No dia 9 de agosto de 1985, o governo José Sarney proibiu a venda de armas e petróleo à África do Sul e suspendeu qualquer intercâmbio diplomático, comercial, esportivo ou cultural. Isso teve enorme impacto.”
Altman argumenta que, caso o Brasil rompa relações com Israel, esse gesto pode influenciar outros países do Sul Global e pressionar potências como China e Rússia a adotarem posturas mais firmes. “O Brasil tem um papel a jogar. O presidente Lula, com seu enorme prestígio, tem um papel a jogar nisso”, afirmou. “Por isso, estou absolutamente convencido de que o grande eixo de solidariedade ao povo palestino é a reivindicação, em todos os países, da ruptura de relações diplomáticas e comerciais com Israel.” Assista:
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