CPMI: 'Vamos ao fundo para desmontar a quadrilha', diz Rogério Correia
Deputado afirma que esquema fraudulento contra aposentados começou no governo Temer e se aprofundou no governo Bolsonaro
247 - O deputado federal Rogério Correia (PT-MG), em entrevista ao Bom Dia 247, detalhou as investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS sobre fraudes contra aposentados. Segundo ele, os golpistas usavam entidades de fachada que se apresentavam como associações de aposentados para desviar recursos.
“Eles descobriram o caminho de pegar a entidade picareta que fingia ser entidade de aposentado, corromper algumas pessoas dentro do INSS e cadastrar os beneficiários sem que eles soubessem. Depois, descontavam R$ 30, R$ 40, R$ 50 ou até R$ 80 dos aposentados, sem consentimento”, explicou. O parlamentar ressaltou que o esquema começou no governo Michel Temer e se intensificou durante a gestão de Jair Bolsonaro.
Correia destacou ainda o depoimento prestado na quinta-feira (18) pelo advogado Nelson William – apelidado por ele de “advogado ostentação”. O parlamentar afirmou que o jurista, figura influente em Brasília, é suspeito de participação em operações de lavagem de dinheiro ligadas ao esquema. “Esse ‘advogado ostentação’ lavava o dinheiro roubado dos aposentados do INSS pela turma ligada ao Bolsonaro. Ele chegou a dar um Fusca de colecionador de presente ao governador Ibaneis”, disse, em referência ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).
Indícios de envolvimento político
Na avaliação do deputado, há fortes indícios de participação política nas fraudes. “É claro que por trás disso tem a turma da política que agia. É o que nós estamos querendo ver. No governo Bolsonaro deixaram isso à solta. Bolsonaro foi avisado, a turma dele toda sabia disso e nada foi feito”, afirmou.
Medidas do governo atual
O parlamentar destacou que, ao assumir a Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva determinou o fim imediato dos descontos indevidos. “O Lula mandou interromper qualquer processo de desconto desses aposentados. A Polícia Federal está agindo e nós vamos botar a mão na quadrilha”, declarou.
Correia também informou que os valores estão sendo devolvidos às vítimas. “Agora nós estamos devolvendo os valores para os aposentados e, enquanto isso, os bolsonaristas querem criar confusão dentro da CPMI, tentando inverter a narrativa para culpar o governo Lula, quando na verdade foi o governo que resolveu o problema”, concluiu.
A CPMI do INSS segue ouvindo depoimentos e analisando documentos para apurar a extensão das fraudes e a eventual participação de agentes políticos e empresários no esquema. Assista: