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“Não podemos tornar Madonna ícone de esquerda”, diz Breno Altman

Breno Altman aponta contradição na mensagem progressista de Madonna durante show no Rio de Janeiro

“Não podemos tornar Madonna ícone de esquerda”, diz Breno Altman (Foto: Reprodução | REUTERS/Pilar Olivares TPX)

247 - No último espetáculo de Madonna no Rio de Janeiro, as redes sociais foram tomadas por uma onda de entusiasmo "progressista", mas o jornalista Breno Altman levantou questões pertinentes sobre a mensagem política da cantora.

Altman, conhecido por sua análise crítica, destacou uma contradição na forma como Madonna é celebrada como um ícone revolucionário, enquanto ela mantém alianças públicas com o estado colonial e racista de Israel. Em uma entrevista ao programa Bom dia 247, Altman compartilhou suas percepções sobre o evento e as reações que o seguiram.

Enquanto Madonna é elogiada por suas posições em defesa dos direitos das mulheres e da população LGBT, Altman aponta para o apoio público da cantora ao estado de Israel, incluindo sua recente declaração de apoio quando se inicia a fase mais dura do genocídio contra o povo palestino. Para Altman, essa contradição não pode ser ignorada, especialmente considerando a relevância da questão palestina como um marcador moral dos tempos atuais, “a questão da Palestina é a régua moral de nossos tempos, é o grande divisor de águas”, ponderou ele.

Altman não hesita em separar a arte do artista, reconhecendo o impacto cultural e musical de Madonna. No entanto, destaca a importância de não sermos enganados pela imagem pública da cantora, mas sim de considerar suas ações e alianças políticas ao avaliar seu suposto progressismo,   “Devemos separar a arte do artista. Que as pessoas adorem a música de Madonna e tenham se divertido com seu show, perfeito. Outra coisa é torná-la ícone de esquerda, quando é apoiadora do Estado racista de Israel e seu discurso libertário, nessa condição, exala hipocrisia”, disse o jornalista. Altman encoraja uma reflexão mais profunda sobre a mensagem política de Madonna, instigando seus colegas e o público em geral a não aceitarem superficialmente um discurso que pode estar em desacordo com os valores progressistas que ela supostamente representa, “é emblemática a empolgação, em círculos de esquerda, com o discurso estético de Madonna, com sua mensagem. Um suco de liberalismo progressista é sorvido como se fosse uma retumbante narrativa revolucionária, mesmo que a artista perfile ao lado do colonialismo sionista e seus crimes”, aponta Breno

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