"A grande questão política do momento é a formação de uma frente patriótica em torno do Lula", diz Mario Vitor
Analista político propõe aliança nacional ampla para enfrentar pressões externas e fortalecer a soberania diante de ameaças ao Brasil
247 - Em participação no programa Bom Dia 247, o jornalista e analista político Mario Vitor Santos defendeu a construção de uma frente patriótica em torno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como resposta à crescente pressão internacional sobre o Brasil. A conversa, marcada por reflexões sobre o papel da mídia, a atuação do Supremo Tribunal Federal e o cenário de tensão geopolítica, destacou a urgência de um pacto nacional em defesa da soberania e da democracia brasileira.Segundo Mario Vitor, ainda que setores da imprensa tentem normalizar críticas ao ministro Alexandre de Moraes — inclusive ao ponto de acusá-lo de censura —, trata-se de uma estratégia que visa atender a múltiplos interesses e criar proteção retórica diante de qualquer desdobramento futuro. “Você vai fazendo ‘hedge’, proteção. Qualquer opção do Alexandre de Moraes estará contemplada por alguma coisa que você disse anteriormente. Então você aposta em todas as opções”, observou, ao comentar os editoriais de O Globo e Estado de S. Paulo.
Ao abordar a situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mario analisou que, apesar das expectativas, a prisão imediata não parece provável. As decisões judiciais ainda dependem de embargos e recursos apresentados pela defesa, que, segundo ele, busca explorar lacunas na redação das medidas cautelares. Para ele, o foco deve estar na conjuntura mais ampla, que envolve ataques organizados ao Brasil por meio de tarifas e pressões geopolíticas.
É nesse contexto que Mario propõe uma frente ampla, mas com caráter patriótico, capaz de reunir setores distintos da sociedade brasileira — do empresariado ao campo progressista — em torno da figura de Lula. “O Brasil precisa criar isso em torno de alguma figura. Essa figura que existe no Brasil hoje, por sua experiência, é o presidente Lula”, declarou. Ele argumenta que o país precisa reagir às ameaças externas com unidade nacional, independentemente de preferências ideológicas. “É necessário unir todos aqueles que são interessados no país. Se coloca um valor maior, que é a pátria, que é a nação, que é o Brasil.”
A frente proposta por Mario Vitor se assemelha, segundo ele, a alianças formadas historicamente em tempos de guerra. Seria uma coalizão para enfrentar o que ele classifica como sabotagens e operações que visam destruir a estrutura nacional. “Está na hora de pensar em sacrificar interesses imediatos em nome de uma ambição maior coletiva que una e defenda a pátria sob ataque.”
Ele avalia que os primeiros passos para essa articulação já estão sendo dados, com reuniões entre o governo Lula e representantes da indústria, do agronegócio e do sistema financeiro. Segundo o analista, esse diálogo pode ser o embrião de uma aliança mais robusta, a depender da evolução das ameaças econômicas anunciadas. Ele destaca ainda que o Brasil possui ativos estratégicos importantes, como terras raras, energia e commodities indispensáveis à economia mundial, e que podem ser utilizados como carta de negociação.
Mario também sugeriu que parte das ameaças internacionais pode não se concretizar com a intensidade esperada. “Será que o imperialismo é um tigre de papel? Se essas ameaças forem colocadas em ação e não forem tão catastróficas, teremos aprendido os limites dessa retórica.” Para ele, o país pode sair fortalecido desse momento, desde que saiba se posicionar com firmeza.
A construção dessa frente, no entanto, exige habilidade política e capacidade de articulação. Mario reconhece que Lula será peça central nesse processo, mas ressalta que é preciso também buscar aproximação com setores da sociedade que, embora não sejam aliados naturais, têm interesse na estabilidade econômica e institucional do país. “Não vejo outro [ator] que possa nuclear essa aproximação. É o governo federal, é o executivo, é o presidente Lula.”
Ao final de sua participação, Mario defendeu que é hora de todos — inclusive setores empresariais — pensarem em ações conjuntas com o governo federal. “Há empresários que trabalham a favor dos Estados Unidos contra o Brasil, mas, em essência, muitos deles, se olharmos para a base material, têm interesse que o governo atue para levar o país a bom termo.” A defesa da soberania nacional, nesse sentido, passa pela articulação de forças distintas em torno de um projeto comum: proteger o que o Brasil construiu até aqui e enfrentar, de forma unificada, os desafios que se impõem no cenário global. Assista:
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