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Tarifas de Trump podem antecipar pausa no ciclo de altas da Selic, avalia XP

Segundo o economista-chefe da XP, a expectativa de recessão global deve reduzir as pressões inflacionárias

Sede do Banco Central em Brasília (Foto: Reuters/Adriano Machado)
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247 - A possibilidade de uma recessão global, agravada pelas tarifas impostas por Donald Trump e retaliadas na mesma medida pela China, pode antecipar uma pausa no ciclo de altas da taxa Selic, segundo Caio Megale, economista-chefe da XP. Em entrevista, Megale afirmou que esse cenário abre espaço para uma elevação da taxa na próxima reunião do Banco Central, seguida de uma pausa estratégica. As informações são do jornal O Globo.

"Em um cenário de recessão, abre espaço para fazer uma alta na próxima reunião e parar. O BC anteciparia o ‘esperar para ver’", disse. 

Megale explicou que, com o cenário pós-tarifas, há uma percepção crescente de desaceleração global, o que pode reduzir as pressões inflacionárias. Isso, segundo ele, levaria a uma queda na projeção de inflação no horizonte relevante, de 3,7% para algo mais próximo de 3,5%. Embora ainda acima da meta de 3%, ele destacou que a situação é incerta e que novos desdobramentos podem ocorrer até a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para um mês.

Na última reunião, o Banco Central elevou a Selic para 14,25%, sinalizando já um ajuste menor para o mês de maio. A pesquisa Focus, que reúne as estimativas dos economistas, aponta que a taxa básica de juros pode alcançar 15% até o fim do ano. No entanto, Megale acredita que o BC está preparando a narrativa para uma pausa, uma vez que os diretores têm sinalizado que as taxas atingiram um nível restritivo, sendo necessário um tempo para avaliar os impactos da política monetária.

A XP projeta uma Selic de 15,50% ao final do ciclo de altas, mas o economista da XP admite que o novo cenário, com os efeitos das tarifas internacionais, pode fazer com que a taxa se aproxime dos 15%. Ele também mencionou que o câmbio deve permanecer ligeiramente acima dos níveis atuais, além de que pressões inflacionárias podem vir dos estímulos econômicos promovidos pelo governo. Megale prevê que os juros devem se manter estagnados pelo menos até o início de 2026, devido ao impacto dos estímulos em andamento, como o consignado privado e a antecipação do 13º salário para aposentados e pensionistas.

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