Pobre no orçamento incomoda o “andar de cima”, diz Haddad
Segundo o ministro, os mais ricos ficaram incomodados ao serem incluídos no Imposto de Renda
247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou neste sábado (18) a proposta do governo de reequilibrar o sistema tributário brasileiro, destacando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou como prioridade a máxima de campanha: “pobre no orçamento e rico no Imposto de Renda”. A declaração foi feita em evento em São Bernardo do Campo (SP), com a presença de Lula
Segundo Haddad, essa diretriz tem provocado incômodo entre as classes mais ricas, que historicamente conseguem escapar da tributação. “No Brasil, quem paga imposto, com certeza, é a classe trabalhadora. Se você vai subindo nas classes sociais, vai subindo degrau, chega uma hora que o Estado não te alcança mais e você não paga imposto”, afirmou o ministro.
Ele completou: “O presidente Lula determinou: ‘Haddad, vou te convidar para ser ministro da Fazenda, mas você tem que me prometer uma coisa: vamos realizar meu slogan de campanha, é o pobre no orçamento e o rico no Imposto de Renda. Essa turma tem que pagar imposto’. É isso que está mudando e é isso que incomoda. Vocês não podem calcular o quanto isso incomoda o andar de cima”.
Foco na educação e na inclusão social
Durante o mesmo evento, realizado com estudantes da Rede de Cursinhos Populares (CPOP), Lula concentrou seu discurso na importância da educação como ferramenta de transformação social. O presidente destacou que as novas gerações têm oportunidades que não estavam disponíveis no passado e incentivou os jovens a aproveitarem as chances oferecidas.
“Esse país está na mão de vocês. E vocês serão os responsáveis. Se eu cheguei, vocês podem chegar; se eu não tive chance, vocês estão tendo. Pelo amor de Deus, agarrem essa chance com as duas mãos, se dediquem”, declarou.
Lula defende integração latino-americana
O presidente também enviou um recado à comunidade internacional ao abordar a soberania brasileira e a integração regional. Ele citou a criação da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu, como exemplo da busca por uma maior unidade no continente.
“A gente quer formar uma doutrina latino-americana, com estudante latino-americano, para que a gente possa sonhar que esse continente um dia vai ser independente, que nunca mais um presidente de outro país ouse falar grosso com o Brasil, porque a gente não vai aceitar. Não é uma questão de coragem, é uma questão de dignidade e caráter”, afirmou Lula.


