Ministro de Minas e Energia critica desigualdade global em compromissos ambientais

247 - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que participa do 55º Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, defendeu a aceleração da transição energética pelos países ricos. 

Ele destacou, em entrevista à rádio RFI, que o Brasil continuará investindo em petróleo enquanto as nações desenvolvidas não cumprirem plenamente seus compromissos ambientais, ressaltando a necessidade de maior equidade nas responsabilidades globais em relação à sustentabilidade.

Silveira defendeu parâmetros de sustentabilidade para viabilizar a exploração de petróleo: "Todas as fontes no mundo têm que ser utilizadas de forma adequada, equilibrando o desenvolvimento econômico e social com sustentabilidade. A gente tem que lembrar que existem países em desenvolvimento, como o Brasil, que têm muitos milhões de brasileiros que ainda dependem socialmente do governo e do desenvolvimento econômico, e todas as fontes sendo usadas de forma adequada e sustentável são importantes para a economia nacional". 

Silveira também questionou os compromissos ambientais dos países europeus: "A gente percebe um recuo em alguns países, em especial da Europa. Nesse sentido da sustentabilidade, isso não é adequado, até porque os país já se industrializaram, têm uma renda per capita muito maior do que os países em desenvolvimento, tem menos problemas sociais". 

O ministro ainda defendeu investimentos na energia nuclear no país, à medida em que aumentará a demanda mundial por energia dos setores ligados à tecnologia – em especial a inteligência artificial. "Com apenas 26% do subsolo conhecido, nós temos a sétima maior reserva de urânio do planeta. Nós já detemos e fabricamos o combustível nuclear para Angra I, Angra II, e vamos, em pouco tempo, poder produzir para Angra III", afirmou Silveira.