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Lula defende desenvolvimento com proteção ambiental: “vamos mostrar que é possível”

Em Jacarta, presidente propôs cooperação ambiental com a Indonésia e defende modelo de desenvolvimento sustentável

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília - 08/10/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - Durante o Fórum Econômico Brasil–Indonésia, em Jacarta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a criação de um novo paradigma de desenvolvimento global, baseado na preservação ambiental, na transição energética e em parcerias equilibradas entre países emergentes. O discurso também reforçou a importância do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que será lançado oficialmente durante a COP-30, em Belém.

Lula destacou que o evento climático mundial, sediado pela primeira vez no coração da Amazônia, será uma oportunidade para o Brasil e seus parceiros demonstrarem que é possível conciliar progresso econômico com proteção ambiental. “Vamos mostrar que é possível promover o desenvolvimento, enfrentar a mudança do clima e proteger as florestas tropicais e sua rica biodiversidade”, afirmou o presidente.

Segundo ele, o Brasil está à frente de uma política de recuperação ambiental sem precedentes. “O Brasil está recuperando 40 milhões de hectares de terras degradadas. Podemos expandir a produção de biocombustíveis sem derrubar uma única árvore”, declarou. O compromisso do país com a descarbonização foi reiterado com o anúncio de propostas para quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis até a COP-30.

Um dos principais pontos do discurso foi a explicação sobre o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), criado para premiar financeiramente países que mantêm suas florestas em pé. “O Brasil fez a sua parte e já anunciou investimento de 1 bilhão de dólares no Fundo”, destacou Lula, ressaltando que o projeto busca substituir o modelo assistencialista por um sistema de financiamento sustentável. “O TFFF gera dividendos tanto para quem investe, como para quem protege o bioma, oferecendo uma alternativa de renda para quem preserva a floresta”, completou.

O presidente agradeceu o apoio da Indonésia à iniciativa e reforçou que o mecanismo deve servir de exemplo para a comunidade internacional. “O apoio da Indonésia ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre tem sido fundamental para seu lançamento em Belém”, afirmou.

Além da pauta ambiental, Lula defendeu uma cooperação econômica mais justa e a diversificação das cadeias produtivas. “Não pretendemos reproduzir a condição de meros exportadores de commodities. Queremos agregar valor em nosso território, com responsabilidade ambiental e respeito às comunidades locais”, disse, citando o exemplo da Indonésia no processamento de minérios.

O presidente ressaltou ainda que o Brasil já detém 10% das reservas mundiais de minerais críticos e anunciou a criação do Conselho Nacional de Minerais Críticos, vinculado à Presidência da República, como instrumento para garantir a soberania sobre recursos estratégicos.

Por fim, Lula apontou que o fortalecimento das relações entre Brasil e Indonésia é parte de um esforço mais amplo de reconstrução do papel do Estado na economia e de ampliação da presença internacional do país. “É o setor privado, com parcerias e projetos conjuntos, que transformará nossa afinidade diplomática em prosperidade compartilhada para nossas sociedades. Indonésia e Brasil seguirão parceiros na construção de um futuro compartilhado de cooperação, desenvolvimento e justiça social”, concluiu.

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