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      Investimentos estrangeiros em países em desenvolvimento despencam ao menor nível desde 2005

      Banco Mundial alerta para riscos ao crescimento e à redução da pobreza diante da queda global nos fluxos de IED em 2023

      Logo do Banco Mundial. (Foto: REUTERS/Johannes P. Christo)

      247 - Os fluxos globais de investimento estrangeiro direto (IED) voltados às economias em desenvolvimento recuaram drasticamente em 2023, atingindo US$ 435 bilhões (cerca de R$ 2,4 trilhões), o menor patamar desde 2005. A informação,  segundo a agência Reuters, consta em relatório do Banco Mundial divulgado nesta segunda-feira (16), que também aponta uma retração nas economias avançadas, que receberam US$ 336 bilhões (R$ 1,86 trilhão), valor mais baixo desde 1996.

      Segundo o documento, essa retração do IED está ligada a uma combinação de fatores como o aumento de barreiras comerciais e regulatórias, maior fragmentação econômica e riscos macroeconômicos e geopolíticos, especialmente em países em desenvolvimento. Para a instituição, o cenário representa uma ameaça direta aos esforços internacionais de desenvolvimento sustentável.

      “A queda acentuada do IED para as economias em desenvolvimento deve soar como um alarme”, afirmou Ayhan Kose, economista-chefe adjunto do Banco Mundial. “Reverter essa desaceleração não é apenas um imperativo econômico — é essencial para a criação de empregos, o crescimento sustentado e o alcance de metas de desenvolvimento mais amplas", completou. 

      O Banco Mundial observou que, historicamente, recessões globais e domésticas provocam deteriorações expressivas no IED. Em 2023, os investimentos começaram a se retrair antes mesmo de uma desaceleração mais acentuada da economia mundial.

      Essa retração, segundo o relatório, contribuiu para ampliar “vastas lacunas de infraestrutura não atendidas” nos países em desenvolvimento. Também prejudicou metas de erradicação da pobreza e de resposta às mudanças climáticas.

      Para reverter esse quadro, o economista Ayhan Kose defendeu a adoção de reformas nacionais "ousadas", voltadas para a melhoria do ambiente de negócios, além de esforços de cooperação internacional com o objetivo de recuperar os níveis de investimento global.

      Os dados analisados pelo Banco Mundial mostram que o IED global teve média anual próxima de US$ 2 trilhões na última década. Um aumento de 10% nos fluxos, calcula a instituição, poderia elevar o PIB de uma economia em desenvolvimento em até 0,3% após três anos — efeito que poderia chegar a 0,8% em países com instituições sólidas, menor informalidade e maior abertura comercial.

      O levantamento ressalta ainda que os fluxos de IED para países emergentes cresceram rapidamente nos anos 2000, chegando a quase 5% do PIB médio desses países em 2008. Desde então, no entanto, observa-se uma tendência de queda.

      Entre 2012 e 2024, China, Índia e Brasil concentraram quase metade de todos os investimentos estrangeiros destinados aos países em desenvolvimento. A origem desses recursos, majoritariamente, vem de economias avançadas — quase 90% do total — com destaque para a União Europeia e os Estados Unidos.

      Diante do cenário de retração, o Banco Mundial reforçou o apelo para que os países em desenvolvimento promovam maior integração comercial e incentivem a formalização econômica. Também recomendou a flexibilização de restrições que têm se acumulado ao longo dos últimos anos.

      O relatório pede ainda que os fluxos de IED sejam direcionados às economias com maiores carências de investimento, de forma coordenada e estratégica. A publicação foi divulgada uma semana após o Banco Mundial rebaixar sua previsão de crescimento econômico global para 2025, agora estimada em 2,3%.

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