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Inflação sobe 0,48% em setembro, diz IBGE

O número foi impactado pela alta da energia elétrica

Torre de transmissão de energia elétrica perto de Brasília (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

247 - Em setembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou aceleração, passando de uma variação negativa de 0,11% em agosto para um aumento de 0,48%. O principal responsável por essa mudança foi o aumento no custo da energia elétrica, que subiu 10,31% no período, após a queda de 4,21% em agosto.

Essa alta impactou diretamente o índice de inflação, com a energia elétrica residencial tendo a maior contribuição individual no cálculo, com 0,41 ponto percentual. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados nesta terça-feira (9), apontando que, no acumulado de 2025, a inflação já soma 3,64%, enquanto, nos últimos 12 meses, o indicador chegou a 5,17%.

Fernando Gonçalves, gerente do IPCA, comentou sobre o impacto da mudança na energia elétrica, explicando que a alta foi impulsionada pelo fim do Bônus de Itaipu, que havia oferecido descontos nas faturas de agosto. Além disso, o mês de setembro manteve a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adicionou R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos. "Essa alteração na tarifa foi determinante para o impacto registrado em setembro", disse Gonçalves. A energia elétrica foi, assim, o principal fator de variação entre os grupos, com a maior alta desde fevereiro de 2025.

Além do setor de energia elétrica, o grupo Habitação também se destacou, com alta de 2,97%, o que contribuiu com 0,45 ponto percentual para o IPCA de setembro. Essa variação foi a maior para o mês desde 1995, quando a alta foi de 4,51%. Em termos de outros setores, o grupo de Despesas Pessoais subiu 0,51%, refletindo principalmente o aumento no custo de pacotes turísticos (2,87%) e atividades culturais, como cinema e teatro, que subiram 2,75%.

O setor de Transportes, por sua vez, teve uma variação de 0,01%, sem impacto significativo no índice geral. No entanto, os combustíveis registraram aumentos em setembro, com destaque para o etanol (2,25%), gasolina (0,75%) e óleo diesel (0,38%). Apenas o gás veicular teve queda (-1,24%) no período.

Já o grupo Alimentação e Bebidas seguiu com variações negativas, caindo 0,26%. A alimentação no domicílio, em especial, caiu 0,41%, destacando-se as quedas acentuadas no preço de itens como tomate (-11,52%), cebola (-10,16%) e alho (-8,70%). Gonçalves explicou que a maior oferta desses produtos refletiu nas quedas de preços e impactou a alimentação fora de casa, com a refeição registrando uma variação negativa de 0,16%.

Além das altas nos setores de serviços e energia, o Índice de Difusão, que mede a proporção de subitens com variações positivas, caiu de 57% em agosto para 52% em setembro, indicando uma desaceleração no ritmo de alta dos preços. Os serviços, em especial, apresentaram desaceleração, com o grupo de alimentação fora do domicílio registrando uma queda significativa em comparação a agosto.

Nos índices regionais, São Luís teve a maior variação, com 1,02%, impulsionada pela alta de 27,30% na energia elétrica. Já Salvador registrou a menor variação, de 0,17%, devido às quedas no preço do tomate e do seguro voluntário de veículos. Em termos de índices de preços ao consumidor, o INPC, que mede a inflação para famílias com rendimentos menores, teve alta de 0,52% em setembro, refletindo também os aumentos em energia elétrica e gasolina.

Os dados apresentados pelo IBGE indicam que, embora as variações de preços apresentem alta, a inflação acumulada segue dentro de um nível controlado, com algumas flutuações relacionadas a ajustes de tarifas e variações sazonais nos preços dos alimentos e combustíveis. O próximo resultado do IPCA, referente ao mês de outubro, será divulgado em 11 de novembro.

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