Lula e Trump tiveram "largada equivocada, mas vai ser superada", diz Haddad
Presidentes do Brasil e dos Estados Unidos conversaram na segunda-feira (6)
247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, demonstrou confiança nesta terça-feira (7) de que as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos devem melhorar nas próximas semanas, após a recente conversa telefônica entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente norte-americano, Donald Trump. A declaração foi dada durante entrevista ao programa Bom dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Haddad afirmou acreditar que a sobretaxa de 50% imposta por Trump sobre produtos brasileiros terá um “bom encaminhamento” a partir do novo canal de diálogo aberto entre os dois líderes. “Acredito que vai distensionar e abrir espaço para uma conversa franca. Foi uma largada equivocada, mas vai ser superada”, declarou o ministro.
Confiança na diplomacia brasileira
O titular da Fazenda reforçou que o governo brasileiro manterá sua atual estratégia de negociações internacionais, que, segundo ele, vem apresentando resultados positivos. “Estamos tão confiantes nos nossos argumentos que entendemos que eles vão se fazer valer pela diplomacia brasileira, que é das melhores do mundo”, afirmou Haddad.
Ele destacou ainda que o impacto da medida protecionista imposta pelos Estados Unidos também afeta diretamente os consumidores americanos. “Eles estão com café da manhã mais caro, café mais caro, carne. Eles estão notando que as medidas mais prejudicaram do que favoreceram os EUA”, comentou o ministro, citando produtos brasileiros encarecidos pela tarifa, como o café e a carne.
Papel de Marco Rubio nas negociações
Questionado sobre a nomeação do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, para conduzir as negociações com o Brasil, Haddad demonstrou tranquilidade e confiança na condução do processo diplomático. “Independentemente de quem seja designado, a diplomacia brasileira, com os argumentos que tem, vai saber superar esse momento”, afirmou.
O ministro ressaltou que há fatores concretos que favorecem uma retomada positiva das relações bilaterais. “Os fatos são muito favoráveis à parceria, em todos os aspectos, inclusive no que concerne às vantagens que os EUA têm em estabelecer relações com o Brasil”, completou.
Diálogo direto entre os presidentes
A ligação entre Lula e Trump, realizada na segunda-feira (6), foi vista por interlocutores do governo brasileiro como um passo importante para o reequilíbrio das relações entre os dois países. Fontes do Palácio do Planalto destacam que o contato partiu do presidente norte-americano e que ambos concordaram em manter diálogo direto, sem intermediários, para resolver impasses comerciais e fortalecer parcerias estratégicas.