Galípolo diz que Faria Lima e fintechs são vítimas do crime organizado e defende autonomia financeira do BC
Segundo o presidente da autarquia, o Banco Central teria mais recursos para fortalecer o sistema financeiro sendo autônomo
247 - O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, declarou nesta sexta-feira (5) que tanto as instituições tradicionais da Avenida Faria Lima, em São Paulo, quanto as fintechs — empresas de tecnologia voltadas a serviços financeiros — têm sido alvo do crime organizado, relata o g1.
Segundo Galípolo, não são os bancos ou as startups de tecnologia os responsáveis por fraudes, mas sim criminosos que se aproveitam das plataformas financeiras. “É um criminoso usando aquilo, não é um banco e nem uma ‘fintech’”, afirmou. Ele destacou que, no passado, ataques eram mais visíveis, como assaltos a carros-fortes, enquanto hoje a atuação ocorre em ambiente digital, tornando-se mais difícil de identificar.
Apoio do setor financeiro à fiscalização
O presidente do BC ressaltou que recebeu respaldo de todas as associações e federações ligadas ao sistema financeiro para ampliar a fiscalização. “O sistema financeiro está unido para combater o ataque que o crime organizado tem tentado fazer”, declarou.
Ele acrescentou que novas medidas serão implementadas nas próximas semanas para reforçar a segurança, em especial em sistemas como o PIX. “É um pacote contínuo, a gente pretende em breve anunciar mais medidas nessa direção”, disse. Galípolo assegurou que não há risco para a solidez do sistema financeiro brasileiro, que, segundo ele, é “hígido” e um dos mais “solventes do mundo”, contando ainda com “reservas de liquidez abundantes”.
Projeto no Congresso e medidas contra o crime organizado
O dirigente do Banco Central defendeu o projeto em tramitação no Congresso Nacional que prevê autonomia financeira para a instituição. A proposta tem como objetivo garantir mais recursos para aprimorar a fiscalização contra o crime organizado e fortalecer sistemas de transferência como o PIX.
As falas ocorreram em meio a investigações sobre ações do Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo apurações, o grupo teria deixado de recolher mais de R$ 7,6 bilhões em impostos e praticado irregularidades em diversas etapas da cadeia de combustíveis no Brasil.
Galípolo reforçou que não há espaço para complacência. “O tema da segurança não há margem para ter qualquer tipo de tolerância”, concluiu.