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Foodservice brasileiro bate recorde de R$ 62,4 bi

Pesquisa do IFB aponta que ticket médio cresceu 7% no segundo trimestre, mas queda de 5% no tráfego preocupa setor

Setor de alimentação fora do lar atinge R$ 62,4 bi, maior valor já registrado, mas enfrenta retração no tráfego de consumidores. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

247 - O Instituto Foodservice Brasil (IFB) divulgou, com base em levantamento exclusivo da Gouvêa Inteligência, os resultados da pesquisa CREST referentes ao segundo trimestre de 2025. Segundo o estudo, o setor de alimentação fora do lar alcançou o recorde de R$ 62,4 bilhões em gastos, mas sofreu retração de 5% no fluxo de consumidores em relação ao mesmo período de 2024.

O relatório aponta que, apesar da pressão econômica e do custo de vida mais alto, o faturamento do foodservice brasileiro chegou ao maior patamar da história. O aumento é explicado pelo crescimento do ticket médio, que avançou 7% e atingiu R$ 21,07 por transação. No entanto, o número de visitas caiu para 3 bilhões de transações, a maior baixa dos últimos 18 meses.

Mais gastos, menos frequência

A pesquisa evidencia um paradoxo: o consumidor gasta mais a cada ida ao restaurante ou lanchonete, mas frequenta menos. “Nunca tivemos um gasto tão elevado, mas a queda no número de visitas indica um desafio estrutural para toda a cadeia de alimentação fora do lar”, destacou Ingrid Devisate, cofundadora e Diretora Executiva do IFB.

Esse comportamento reflete o cenário de inflação persistente e maior seletividade na hora de consumir fora de casa. O impacto foi sentido em quase todos os segmentos analisados, inclusive nos de menor custo. A única exceção foi o segmento de indulgência premium, que registrou leve crescimento.

Desempenho por regiões e classes sociais

Regionalmente, o Sudeste voltou a registrar retração, enquanto o Nordeste manteve trajetória de expansão, confirmando a resiliência do mercado local. No recorte por classes sociais, a Classe B foi a única a apresentar crescimento, ao passo que a Classe C caiu ao menor nível em um segundo trimestre desde 2022.

Delivery mantém trajetória positiva

Entre os canais analisados, o Delivery foi o único a escapar da retração, com crescimento de 11% no segundo trimestre em comparação a 2024. No acumulado de 12 meses até junho de 2025, também foi o único a apresentar aumento simultâneo de tráfego e gasto médio.

O levantamento mostra que os pedidos de entrega se fortaleceram especialmente no almoço e no período noturno, mantendo avanço durante todos os dias da semana — com exceção das sextas e domingos, datas de maior peso no setor. O crescimento foi sustentado principalmente pelas classes B e C e pelas regiões Sudeste e Nordeste.

“O consumidor está cada vez mais conectado e exigente. O Delivery se consolidou como um canal estratégico e continuará sendo o motor de crescimento, desde que as empresas saibam equilibrar conveniência, preço e experiência”, acrescentou Devisate.

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