HOME > Economia

Favorecimento da Camex à Azul surpreende o setor aéreo

Há críticas sobre a falta de transparência, a pressa na aprovação e o possível desvirtuamento do uso do Fundo de Garantia à Exportação (FGE)

Avião da Azul decola do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro - 17/01/2025 (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes)

247 - A decisão da Camex (Câmara de Comércio Exterior) de autorizar o uso do Fundo de Garantia à Exportação (FGE) para financiar a compra de combustível de aviação pegou o setor aéreo de surpresa. 

Para integrantes da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), a Azul é a principal interessada e articuladora da medida. No governo, o tom é de defesa: trata-se de crédito voluntário, e quem precisa, acessa, de acordo com a agência Broadcast, nesta sexta-feira (9). 

A medida, aprovada pelo Cofig (Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações), órgão vinculado à Camex responsável por enquadrar e acompanhar operações do Proex e do FGE, foi levada ao governo por iniciativa da Azul, e não por meio de pleito conjunto do setor, como costuma ocorrer com o uso do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), segundo a reportagem. 

A estimativa é de que até R$ 2 bilhões possam ser liberados para esse fim, com validade já neste mês, antes mesmo de medidas debatidas anteriormente, como o uso do Fnac, previsto para agosto.

A movimentação gerou desconforto em outras companhias, como Gol e Latam, e na Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que não participaram das discussões.

Há críticas sobre a falta de transparência, a pressa na aprovação e o possível desvirtuamento do uso do FGE, tradicionalmente voltado à exportação. Especialistas apontam incertezas quanto às garantias exigidas, como recebíveis de cartões ou compromissos ambientais, cuja viabilidade é vista com ceticismo.

Artigos Relacionados

Carregando anúncios...