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      Empresas dos EUA pressionam por alívio tarifário e alertam para avanço da China no Brasil

      Manifestações constam do âmbito da consulta pública aberta pelo USTR, relacionada à Seção 301, que pode resultar em novas penalidades comerciais

      Bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos (Foto: Embaixada dos EUA/Divulgação)
      Paulo Emilio avatar
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      247 - Grandes empresas e associações do setor privado norte-americano encaminharam ao Escritório de Representação Comercial da Casa Branca (USTR) pedidos para flexibilizar tarifas impostas pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros. Segundo a CNN Brasil, além da preocupação com o impacto econômico interno, executivos recorreram a argumentos geopolíticos e alertaram que uma postura dura de Washington poderia aproximar ainda mais o Brasil da China, em um cenário de disputa pela influência no comércio global.

      A manifestação mais contundente veio da Daimler Truck North America, que domina cerca de 40% do mercado de caminhões pesados e superpesados nos Estados Unidos. A companhia relatou possuir 19 fornecedores brasileiros, parte deles subsidiárias de empresas americanas instaladas no Brasil, que estão sendo prejudicadas pelo tarifaço.

      A empresa foi direta ao advertir sobre os riscos impostos pelas tarifas norte-americanas e afirmou que “adotar uma postura mais agressiva com o Brasil reforçará seu engajamento com outros países como forma de contrabalancear o prejuízo provocado por uma resposta dura dos Estados Unidos. Entre esses riscos está uma presença mais ampla da China no Brasil”. Segundo a companhia, negociar áreas de melhoria comercial com o Brasil atenderia melhor aos interesses estratégicos dos EUA do que ampliar sanções.

      O setor de cosméticos e cuidados pessoais também se mobilizou. A vice-presidente do National Care Products Council, Natalie Obermann, destacou a importância dos insumos brasileiros para a indústria norte-americana: “Esses insumos são essenciais para manter nossa qualidade, inovação e competitividade global”.

      Obermann pediu que a Casa Branca “negocie ativamente” com o governo brasileiro para solucionar barreiras comerciais e regulatórias. Ela fez ainda um alerta contra medidas amplas: “Ações generalizadas correm o risco de restringir ainda mais o acesso ao mercado e podem provocar tarifas recíprocas que prejudicam desproporcionalmente os exportadores dos EUA”.

      Outro setor mobilizado é o de madeira tropical. O empresário Stephen Popp, presidente da Popp Forest Products, defendeu a exclusão de seu segmento das punições, alegando que fornecedores brasileiros seguem protocolos de certificação rigorosos: “As madeiras tropicais que importamos são utilizadas por serrarias nacionais e em setores de infraestrutura dos EUA, em que desempenho, durabilidade e sustentabilidade são essenciais”.

      Ele acrescentou que uma tarifa generalizada “interromperia relações comerciais responsáveis e limitaria a disponibilidade de material de origem legal nos mercados onde ele é mais necessário”. Popp pediu ao USTR isenção total para o código HTS 4407.29.02, que abrange madeiras nobres, ressaltando que tal medida preservaria cadeias de suprimento verificadas e sustentáveis.

      Ainda conforme a reportagem, as manifestações foram enviadas no âmbito da consulta pública aberta pelo USTR, relacionada à aplicação da Seção 301, mecanismo que pode resultar em novas penalidades comerciais. O prazo para envio dos comentários termina nesta segunda-feira (18).

      ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].

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