Diretora da Petrobras alerta: “Se o Brasil não investir em novas reservas, terá de importar petróleo”
Clarice Coppetti indicou, durante fala, que país pode depender do exterior já na próxima década e comprometer metas de descarbonização
247 - A diretora de Assuntos Corporativos da Petrobras, Clarice Coppetti, afirmou que o Brasil corre o risco de voltar a importar petróleo a partir da próxima década, caso não invista em novas áreas de exploração. A declaração foi feita nesta terça-feira (17), durante o evento “Diálogos para a Construção da Estratégia Brasil 2025-2050”, promovido pelo Ministério do Planejamento e Orçamento, na sede do BNDES, no Rio de Janeiro.
A executiva classificou as reservas em águas profundas como “ativos extraordinários” da companhia e reforçou que o conhecimento técnico da estatal nesse tipo de exploração é reconhecido mundialmente. “Essas reservas em águas profundas, sem dúvida nenhuma, são ativo extraordinário e que diferencia também a Petrobras”, afirmou. Segundo ela, a petroleira possui “reservas significativas” nessas áreas. “A nossa expertise em exploração de petróleo em águas profundas é uma expertise buscada por todas as grandes empresas petroleiras do mundo”, acrescentou.
No entanto, Coppetti fez um alerta sobre os riscos de o país não avançar sobre novas fronteiras. De acordo com ela, a dependência das reservas atuais pode comprometer o equilíbrio da balança comercial e as metas de redução de emissões de carbono. “Precisamos investir em novas fronteiras exploratórias e novos poços. Isso não significa de forma alguma que a gente vai retroceder na nossa meta de ser uma empresa com foco de transição energética justa”, assegurou.
A diretora enfatizou que o petróleo produzido pela Petrobras possui baixo índice de carbono quando comparado aos de outros países. “Nosso óleo é um dos mais descarbonizados frente aos grandes países produtores de petróleo”, afirmou. Ainda assim, Coppetti deixou claro que a autossuficiência pode estar ameaçada. “Se o Brasil não incorporar novas reservas, terá, a partir da década de 2030, de importar petróleo”, advertiu.
Esse cenário, segundo ela, teria impactos diretos sobre a segurança energética do país e comprometeria os objetivos ambientais traçados pelo governo brasileiro. Isso porque o petróleo importado tende a ser mais poluente que o produzido pela estatal brasileira, o que, segundo Coppetti, enfraqueceria os compromissos com a transição energética e colocaria em risco os avanços já conquistados pela companhia.
(Com informações do portal InfoMoney)
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