Brasil só aproveitará seu boom mineral com agregação de valor, diz Ministério do Desenvolvimento
Governo defende industrialização da cadeia mineral para gerar empregos, inovação tecnológica e crescimento sustentável
247 – O Brasil só conseguirá desbloquear todo o potencial econômico e social de seus minerais estratégicos se desenvolver indústrias robustas de beneficiamento e agregação de valor, afirmou Tólio Ribeiro, coordenador-geral de Metalurgia e Indústrias de Base Florestal do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). A declaração foi feita durante audiência pública na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (29), e reproduzida pela Agência iNFRA, segundo reportagem do Brazil Stock Guide.
Ribeiro destacou que, embora o país tenha registrado avanços em projetos envolvendo nióbio e lítio, esses casos ainda são pontuais. “Não podemos perder de vista que o objetivo não é apenas uma política nacional para minerais críticos”, afirmou. “Entendemos isso como uma política nacional para o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva mineral — é uma questão estratégica.”
As declarações ocorreram após a primeira reunião do Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM), que criou pelo menos dois grupos de trabalho para tratar da estratégia mineral e do fortalecimento da cadeia de valor.
De exportador de minério a potência industrial
O coordenador do MDIC ressaltou que a ampliação da capacidade de processamento local é essencial para transformar a riqueza mineral brasileira em inovação tecnológica, geração de empregos e crescimento econômico sustentável. Segundo ele, o país precisa superar o modelo baseado na exportação de minério bruto e avançar para uma integração industrial completa — da exploração e refino à fabricação de componentes que abasteçam cadeias globais de baterias, eletrônicos e energias renováveis.
Ribeiro defendeu que o Brasil aproveite sua posição privilegiada no mercado global de minerais críticos para consolidar uma nova política industrial voltada à transição energética e à reindustrialização. “O desafio é transformar nosso potencial em desenvolvimento real, com valor agregado e tecnologia nacional”, enfatizou.


