Bolsa Família impulsiona geração de empregos formais e redução da desigualdade em 2024 e 2025
Dados do Caged revelam que 98,87% das vagas em 2024 foram preenchidas por pessoas do CadÚnico, com destaque para beneficiários do Bolsa Família
247 - Em meio à recuperação do mercado de trabalho brasileiro, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que 98,87% das vagas formais criadas em 2024 foram ocupadas por pessoas inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).
A expressiva participação da população de baixa renda na formalização do trabalho foi destacada pelo ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias. “O Caged mostra, na prática, que as pessoas do Bolsa Família e do Cadastro Único querem trabalhar, estão empregadas, mas buscam empregos decentes”, disse o ministro. Ele ainda fez um apelo: “Peço que observem essa realidade para evitar qualquer forma de preconceito contra os mais pobres”.
Do total de 1,69 milhão de vagas abertas no ano passado, 1,27 milhão — equivalente a 75,5% — foram preenchidas por beneficiários do Bolsa Família. Outros 395 mil postos (23,4%) foram ocupados por pessoas registradas no CadÚnico que, embora não recebam o benefício, fazem parte da população vulnerável.
Em 2025, essa tendência se manteve. Entre janeiro e abril, três a cada quatro empregos gerados (75% dos 920 mil novos postos) foram assumidos por beneficiários de programas sociais.
Uma das principais ferramentas por trás do avanço do emprego formal entre os mais pobres tem sido a Regra de Proteção do Bolsa Família. A medida permite que o beneficiário continue recebendo 50% do valor do benefício por até dois anos após conseguir trabalho com carteira assinada. O apoio também inclui adicionais para gestantes, crianças e adolescentes.
Em junho de 2025, 3,02 milhões de famílias estavam contempladas por esse mecanismo. Segundo o governo federal, a partir de julho, a regra passará por modificações com o objetivo de tornar o programa ainda mais eficaz, garantindo que os recursos cheguem prioritariamente a quem está em situação de pobreza ou extrema pobreza, ao mesmo tempo em que busca dar maior sustentabilidade à política de transferência de renda.
“Assinar a carteira não cancela o Bolsa Família. Estamos qualificando o público do programa em vários setores, e os resultados são excelentes”, reforçou Wellington Dias. Para dar maior segurança a trabalhadores temporários, como os do agronegócio, passou-se a considerar a média de renda dos últimos 12 meses, e não apenas dos meses isolados, ao avaliar o direito à permanência no programa.
A melhora nos indicadores de renda também reforça o impacto das políticas sociais e de geração de emprego. Em 2024, a renda do trabalho entre as famílias mais pobres subiu 10,7%, ritmo 50% superior ao observado entre os 10% mais ricos, cuja alta foi de 6,7%. A média nacional de crescimento da renda do trabalho foi de 7,1%.
Um estudo da FGV Social, baseado na Pnad Contínua, identificou que essa expansão está diretamente associada à formalização do emprego e à Regra de Proteção. “O país teve uma redução muito forte da desigualdade em 2024”, destacou Marcelo Neri, responsável pela pesquisa. Segundo ele, “tudo isso está mais forte em termos de renda do trabalho do que em relação a outros componentes de renda”.
O Ministério do Desenvolvimento atribui esse desempenho também às ações de qualificação profissional e à articulação entre as políticas de assistência social e a inserção produtiva no mercado de trabalho.
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