Ações de Hong Kong e China se recuperam com sinais de alívio nas tensões comerciais
Mercados asiáticos se recuperam após perdas recentes, mas minério de ferro recua com dados negativos da China
247 - As bolsas da Ásia iniciaram a semana em forte recuperação, com Hong Kong registrando nesta segunda-feira (20) a maior alta em dois meses. O desempenho positivo foi impulsionado pela percepção de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, poderá recuar de novas tarifas contra a China, reduzindo a pressão sobre os mercados.
Os investidores também acompanham de perto a reunião do Partido Comunista chinês, que deverá definir o plano econômico de cinco anos do país. Ao mesmo tempo, os números do PIB do terceiro trimestre, divulgados nesta segunda-feira, ficaram em linha com as expectativas, embora sinalizem que a economia chinesa pode ter crescido no ritmo mais lento em um ano, diante da crise no setor imobiliário e da guerra comercial em andamento.
Recuperação das bolsas asiáticas
Em Xangai, o índice SSEC subiu 0,63%, enquanto o CSI300, que reúne as maiores companhias de Xangai e Shenzhen, avançou 0,53%. Já o Hang Seng, de Hong Kong, saltou 2,42%, maior valorização desde agosto, encerrando a 25.858 pontos.
Outros mercados também reagiram de forma positiva: em Tóquio, o Nikkei teve alta de 3,37%, atingindo 49.185 pontos; em Seul, o Kospi avançou 1,76%; e em Taiwan, o Taiex ganhou 1,41%. Em Sydney, o S&P/ASX 200 subiu 0,41%, a 9.031 pontos. Em Cingapura, o mercado permaneceu fechado.
Negociações entre EUA e China
A tensão comercial segue no radar. Na semana passada, os índices da China e de Hong Kong sofreram a pior queda desde abril, após Trump ameaçar tarifas de 100% sobre as exportações chinesas. O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, afirmou que deve se encontrar nesta semana com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, para tentar reduzir o risco de uma escalada considerada insustentável até mesmo por Washington.
Pressão sobre o minério de ferro
Apesar da alta nas bolsas, o mercado de commodities mostrou sinais de fraqueza. Os contratos futuros do minério de ferro recuaram em Dalian, em meio a dados negativos sobre a economia chinesa e preocupações com a demanda por aço. O contrato para janeiro encerrou o pregão diurno em queda de 0,58%, cotado a 767 iuanes (US$ 107,68) por tonelada. No início da sessão, atingiu 762,50 iuanes, o menor nível desde 1º de setembro.
“O consumo de aço foi mais fraco do que o esperado no mês tradicionalmente de pico de demanda em setembro... esperamos que a produção de aço bruto permaneça relativamente baixa em meio às crescentes incertezas”, afirmou Ge Xin, analista da consultoria Lange Steel, em nota.
Indicadores do setor imobiliário — como queda nos investimentos e recuo no início de novas construções — reforçam a perspectiva de menor demanda por aço. Em setembro, os preços das casas novas caíram no ritmo mais acelerado em 11 meses, aprofundando os sinais de desaceleração.


