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Ações de Hong Kong e China se recuperam com sinais de alívio nas tensões comerciais

Mercados asiáticos se recuperam após perdas recentes, mas minério de ferro recua com dados negativos da China

Painéis com cotações acionárias em Xangai - 24/10/2022 (Foto: REUTERS/Aly Song)

247 - As bolsas da Ásia iniciaram a semana em forte recuperação, com Hong Kong registrando nesta segunda-feira (20) a maior alta em dois meses. O desempenho positivo foi impulsionado pela percepção de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, poderá recuar de novas tarifas contra a China, reduzindo a pressão sobre os mercados.

Os investidores também acompanham de perto a reunião do Partido Comunista chinês, que deverá definir o plano econômico de cinco anos do país. Ao mesmo tempo, os números do PIB do terceiro trimestre, divulgados nesta segunda-feira, ficaram em linha com as expectativas, embora sinalizem que a economia chinesa pode ter crescido no ritmo mais lento em um ano, diante da crise no setor imobiliário e da guerra comercial em andamento.

Recuperação das bolsas asiáticas

Em Xangai, o índice SSEC subiu 0,63%, enquanto o CSI300, que reúne as maiores companhias de Xangai e Shenzhen, avançou 0,53%. Já o Hang Seng, de Hong Kong, saltou 2,42%, maior valorização desde agosto, encerrando a 25.858 pontos.

Outros mercados também reagiram de forma positiva: em Tóquio, o Nikkei teve alta de 3,37%, atingindo 49.185 pontos; em Seul, o Kospi avançou 1,76%; e em Taiwan, o Taiex ganhou 1,41%. Em Sydney, o S&P/ASX 200 subiu 0,41%, a 9.031 pontos. Em Cingapura, o mercado permaneceu fechado.

Negociações entre EUA e China

A tensão comercial segue no radar. Na semana passada, os índices da China e de Hong Kong sofreram a pior queda desde abril, após Trump ameaçar tarifas de 100% sobre as exportações chinesas. O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, afirmou que deve se encontrar nesta semana com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, para tentar reduzir o risco de uma escalada considerada insustentável até mesmo por Washington.

Pressão sobre o minério de ferro

Apesar da alta nas bolsas, o mercado de commodities mostrou sinais de fraqueza. Os contratos futuros do minério de ferro recuaram em Dalian, em meio a dados negativos sobre a economia chinesa e preocupações com a demanda por aço. O contrato para janeiro encerrou o pregão diurno em queda de 0,58%, cotado a 767 iuanes (US$ 107,68) por tonelada. No início da sessão, atingiu 762,50 iuanes, o menor nível desde 1º de setembro.

“O consumo de aço foi mais fraco do que o esperado no mês tradicionalmente de pico de demanda em setembro... esperamos que a produção de aço bruto permaneça relativamente baixa em meio às crescentes incertezas”, afirmou Ge Xin, analista da consultoria Lange Steel, em nota.

Indicadores do setor imobiliário — como queda nos investimentos e recuo no início de novas construções — reforçam a perspectiva de menor demanda por aço. Em setembro, os preços das casas novas caíram no ritmo mais acelerado em 11 meses, aprofundando os sinais de desaceleração.

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