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      War Pigs, cantada por Ozzy, foi um dos maiores protestos contra a Guerra do Vietnã

      Clássico do Black Sabbath consagrou Ozzy Osbourne como voz da indignação popular ao denunciar, com som pesado e letra corrosiva, a hipocrisia das elites

      Jogos da Commonwealth - Cerimônia de Encerramento - Estádio Alexander, Birmingham, Grã-Bretanha - 8 de agosto de 2022 Ozzy Osbourne se apresenta durante a cerimônia de encerramento (Foto: REUTERS/Hannah Mckay)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – A morte de Ozzy Osbourne reacendeu o interesse por uma de suas interpretações mais poderosas: War Pigs, faixa de abertura do álbum Paranoid, lançado pelo Black Sabbath em 1970. Mais do que uma música de protesto, War Pigs (Porcos da Guerra) se tornou um marco na história do rock e um símbolo da crítica feroz à Guerra do Vietnã, num momento em que o heavy metal ainda dava seus primeiros passos.

      A canção surgiu num contexto de crescente desgaste público com o envolvimento dos Estados Unidos no Sudeste Asiático. Enquanto jovens soldados morriam nos campos de batalha, líderes políticos e militares eram retratados pela banda como “feiticeiros do mal”, arquitetando destruição a distância. A metáfora usada por Ozzy Osbourne e seus companheiros era dura e provocativa: os generais eram comparados a bruxos reunidos em missas negras, decidindo o destino de inocentes em nome de interesses próprios.

      A performance vocal de Ozzy elevou ainda mais o impacto da música. Com sua voz carregada de urgência e revolta, ele traduziu o sentimento de impotência de uma geração que se via usada como carne de canhão. A instrumentação, marcada por riffs pesados e um ritmo sombrio, completava a atmosfera apocalíptica, que contrastava com o otimismo psicodélico de outros artistas da época.

      Ao contrário de muitas músicas engajadas que buscavam apelos à paz, War Pigs optou por escancarar a podridão por trás das guerras. A letra não suaviza a crítica: aponta o dedo diretamente para os que lucram com a morte, acusando-os de covardia e desumanidade. Ao fazer isso, o Black Sabbath — e Ozzy, em especial — rompeu a barreira entre o entretenimento e o posicionamento político, mostrando que o heavy metal podia ser também um grito coletivo de resistência.

      Ao longo das décadas, War Pigs se manteve viva nos palcos e nas playlists de protesto. Foi tocada em inúmeros shows do Sabbath e nas turnês solo de Ozzy, incluindo sua despedida oficial em Birmingham, semanas antes de sua morte. A canção se transformou em hino de contestação, sendo resgatada em diferentes momentos históricos para denunciar guerras e abusos de poder.

      Neste momento de luto, War Pigs é mais do que uma lembrança da genialidade de Ozzy Osbourne — é um testemunho de sua coragem artística. Ele não apenas criou um novo gênero musical ao lado do Sabbath; deu voz a milhões que não encontravam lugar na cultura dominante. War Pigs segue ecoando como um alerta eterno: a verdadeira escuridão não vem do palco, mas das salas onde se planejam guerras. E Ozzy, o Príncipe das Trevas, foi quem a expôs à luz. Confira:

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