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Lula lamenta morte de Silvio Tendler e destaca legado democrático do documentarista

Presidente recordou a relevância da obra de Tendler para a memória política brasileira e afirmou que o cineasta “nunca deixou de valorizar a democracia”

Lula e Silvio Tendler (Foto: Ricardo Stuckert/PR | Tânia Rêgo/Agência Brasil)

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divulgou uma nota de pesar nesta sexta-feira (5) lamentando a morte do documentarista Silvio Tendler, aos 75 anos, vítima de uma infecção generalizada. Reconhecido como um dos mais importantes cineastas do país, Tendler foi lembrado por Lula como um defensor da democracia e um intérprete fundamental da história brasileira.

“Silvio Tendler, um dos maiores documentaristas do Brasil, faleceu nesta sexta-feira, 5 de setembro, deixando uma obra fundamental para entendermos nosso país. Em seus filmes, soube resumir e explicar importantes momentos de nossa história, como os governos de Juscelino Kubitschek e João Goulart e a trajetória de Tancredo Neves durante a redemocratização”, escreveu o presidente.

Lula ressaltou ainda que o cineasta “nunca deixou de valorizar a democracia, nem de mostrar as ameaças autoritárias que insistem em ressurgir em nossa história” e destacou seu “olhar social agudo” e a defesa de um desenvolvimento com justiça social.

O presidente também relembrou as homenagens concedidas a Tendler: a Ordem de Rio Branco, em 2006, e a Ordem do Mérito Cultural, entregue em 2025. “Deixo meus sentimentos e minha solidariedade aos seus familiares e amigos”, concluiu.

O “cineasta dos sonhos interrompidos”

Tendler construiu sua carreira retratando personagens e momentos decisivos da política nacional, o que lhe rendeu o apelido de “cineasta dos sonhos interrompidos”. Entre suas obras mais célebres estão Jango (1980), sobre o ex-presidente João Goulart, Os Anos JK – Uma Trajetória Política (1980) e Tancredo, A Travessia (2011), que formam a chamada Trilogia Presidencial.

Também dirigiu O Mundo Mágico dos Trapalhões (1981), ainda hoje o documentário de maior público da história do cinema brasileiro, com 1,3 milhão de espectadores. Sua obra mais ambiciosa foi Utopia e Barbárie, lançada após duas décadas de produção.

Reconhecimento

Além de dezenas de prêmios nacionais e internacionais, Tendler atuou como professor, produtor e dirigente cultural. Em 1976, fundou a produtora Caliban, responsável por mais de 80 títulos. Nos anos 1990, foi secretário de Cultura e Esporte do Distrito Federal e colaborou com organismos como a Unesco e a Fundação do Novo Cinema Latino-Americano.

Silvio Tendler deixa a esposa, Fabiana Versasi, e a filha, Ana Rosa Tendler.

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