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Juiz dá cinco dias para Ratinho se retratar sobre acusações contra Chico Buarque

Apresentador associou posição política do artista a suposto favorecimento pela Lei Rouanet

Carol Proner, Chico Buarque, Lula e Janja (Foto: Ricardo Stuckert)

247 - O cantor e compositor Chico Buarque abriu um processo contra o apresentador Ratinho após declarações feitas em seu programa de rádio, em setembro, nas quais sugeriu que artistas com posição política progressista, como Chico Buarque e Caetano Veloso, se beneficiariam de recursos da Lei Rouanet. 

A coluna da jornalista Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo informa que o juiz Victor Agustin Cunha Jaccoud Diz Torres, da 41ª Vara Cível do Rio de Janeiro, determinou que Ratinho, além do youtuber Thiago Asmar (do canal Pilhado) e da suplente de vereadora de Teresina Samantha Cavalca (PP), têm cinco dias para apresentar provas das acusações ou se retratar publicamente. Caso não o façam, poderão responder por crime de desobediência.

Declarações e repercussão

Em 15 de setembro, durante transmissão na Massa FM, rádio de sua propriedade, Ratinho afirmou:

“Rico de esquerda é fácil. Chico Buarque ser de esquerda é fácil. Bebe champanhe, come caviar. O Caetano Veloso ser de esquerda é fácil, come caviar, mora no Rio de Janeiro, pega dinheiro da Lei Rouanet, aí é fácil”.

A fala viralizou dias depois, quando Chico e Caetano participaram de um grande ato em Copacabana, no Rio de Janeiro, contra a PEC da Blindagem e contra a anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de Janeiro.

Ação judicial

Na ação, Chico pede indenização de R$ 50 mil de cada réu. Os advogados João Tancredo e Maria Isabel Tancredo sustentam que as declarações configuram “desinformação” e ferem a honra do cantor:

“Chico jamais recebeu qualquer dinheiro oriundo de verba pública, de qualquer natureza. (...) Não existe o direito de mentir – em especial para violar a honra e ferir a reputação de terceiros”, diz o texto protocolado na Justiça.

Até o fechamento da matéria, Ratinho e Thiago Asmar não haviam se manifestado. Já Samantha Cavalca declarou que não tinha conhecimento da ação:

“Estou à disposição para esclarecer tudo o que for necessário ao Poder Judiciário. O compositor de ‘Cálice’ tá querendo me calar? Típico da esquerda caviar que se diz a favor da democracia e adora censurar quem não pensa como eles.”

Protestos no Rio e em outras capitais

O ato em Copacabana reuniu Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil, que dividiram o palco com Ivan Lins, Paulinho da Viola, Frejat, Lenine, Geraldo Azevedo, Jorge Vercillo, Maria Gadú, Marina Sena e o conjunto Os Garotin. Entre as músicas interpretadas, Chico cantou “Cálice” ao lado de Gil, além de “Samba do Grande Amor” em trio com Djavan.

Enquanto isso, outras manifestações contra a PEC ocorreram em cidades como Salvador, Brasília e Belo Horizonte, com a participação de artistas como Wagner Moura, Daniela Mercury, Chico César e Fernanda Takai.

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