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Presidente da COP30, André Corrêa do Lago defende união nacional e multilateralismo na luta climática

Em discurso de abertura em Belém, embaixador destacou papel do Brasil e pediu ação coletiva pela ciência, pela adaptação e pela verdade climática

André Corrêa do Lago (esq.) abre a COP30 (Foto: Divulgação)

247 – O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, abriu oficialmente a conferência em Belém (PA) com um discurso marcado por emoção, realismo e um forte apelo à cooperação internacional. O texto destacou o papel histórico do Brasil e da diplomacia multilateral na defesa do clima.

Diante de uma plateia que incluía o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a primeira-dama Janja Lula da Silva, ministros, parlamentares, governadores e prefeitos, Corrêa do Lago iniciou saudando as autoridades e ressaltando o caráter federativo da COP sediada na Amazônia.

“O mundo precisa ver que há, no Brasil, essa união de todas as instâncias por uma agenda que será excepcional para o crescimento, para a criação de emprego e para a melhora da vida das pessoas”, afirmou o embaixador.

Ele agradeceu o apoio do governador do Pará, Hélder Barbalho, da Casa Civil, sob comando de Rui Costa, e dos organizadores da conferência, que trabalharam “incansavelmente” na preparação do evento.

Marina Silva e o legado da diplomacia ambiental

O presidente da COP30 prestou uma homenagem especial à ministra Marina Silva, líder da delegação brasileira. “Ela é uma imensa inspiração para a presidência brasileira da COP”, disse. Em seguida, lembrou sua própria trajetória: “Em 1992, eu era um jovem diplomata trabalhando na organização da Rio 92, onde nasceu a Convenção do Clima. Fiquei fascinado com as possibilidades que abria para a diplomacia brasileira.”

Com mais de quatro décadas de carreira, o diplomata destacou que encara a presidência da conferência como “uma imensa honra” e um chamado à responsabilidade: “Não sei expressar o orgulho que tenho de servir ao meu país.”

O desafio da urgência e o valor do multilateralismo

Ao abordar os desafios climáticos, Corrêa do Lago destacou a urgência da ação. Citou tragédias recentes no Paraná, nas Filipinas e na Jamaica como lembretes da gravidade da crise. “Temos uma responsabilidade imensa”, disse, agradecendo ao presidente Lula pela confiança.

Ele defendeu o multilateralismo como o caminho essencial no combate às mudanças climáticas: “O Protocolo de Montreal eliminou 95% dos gases que destruíam a camada de ozônio, e o Acordo de Paris reduziu as projeções de aquecimento global. Estamos quase lá, mas temos muito a fazer.”

A COP da Verdade

O embaixador encerrou o discurso com um chamado à ação e à transparência. Inspirado na proposta do presidente Lula, afirmou que a conferência deve ser lembrada como a “COP da Verdade”, voltada para a implementação, a adaptação e o vínculo entre clima, economia e geração de emprego.

“Durante o período de preparação, conseguimos que uma palavra de origem indígena brasileira — mutirão — se tornasse conhecida em todos os dicionários. É através do mutirão que poderemos implementar as decisões desta COP e das anteriores”, disse.

Ao declarar aberta a 30ª Conferência das Partes, André Corrêa do Lago encerrou com uma mensagem de esperança: “Acredito profundamente que o ser humano é essencialmente bom. Pensar que podemos melhorar as vidas das pessoas é o que nos inspira.”

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