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Vice-secretário dos EUA aceita falar com Alckmin, mas tônica tem de ser 'política', diz presidente da CNI

Christopher Landau sinaliza abertura para diálogo com o Brasil, mas condiciona iniciativa a Geraldo Alckmin e destaca foco político

Geraldo Alckmin (Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)

247 - O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirmou que o vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau, demonstrou disposição para abrir um canal de comunicação com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. A declaração foi feita em coletiva de imprensa em Washington, após o encerramento da missão empresarial brasileira nos EUA, segundo informou o portal IstoÉ Dinheiro.

De acordo com Alban, Landau se mostrou aberto a conversar diretamente com o governo brasileiro. “O subsecretário Landau disse que pode ligar diretamente para ele para programar e agendar as primeiras conversas”, relatou. O dirigente ressaltou que, segundo o diplomata, a iniciativa de contato deve partir de Alckmin. “Ele estaria disposto, desde que o presidente Alckmin tomasse (a iniciativa) e conversasse sobre os assuntos”, acrescentou.

Foco na política, não no comércio

Alban destacou que o vice-secretário norte-americano condicionou o diálogo ao campo político, e não comercial. “O contato tem de ser esse. Não é o Departamento de Comércio. É o Departamento de Estado. O problema político é o que está na mesa. E é até aí onde nós podemos nos alvoroçar, porque o aspecto político é com o governo”, enfatizou.

O presidente da CNI frisou ainda que a entidade pode colaborar em temas de natureza legislativa ou judicial, relacionados a empresas que atuam no Brasil e nos Estados Unidos. “A única coisa que estamos totalmente disponíveis a colaborar são assuntos que têm origem ou judiciária ou legislativa, com relação às empresas que atuam no Brasil ou nos Estados Unidos”, afirmou.

Balanço da missão e percepção dos empresários

A missão da CNI aos Estados Unidos buscou abrir espaço para negociações diante das tarifas impostas pelo atual presidente norte-americano, Donald Trump. Alban avaliou que a iniciativa cumpriu seu papel inicial, apesar das dificuldades esperadas. “De modo geral, os objetivos foram atingidos. Viemos para tentar iniciar um processo de possibilidade de negociação. Nunca nos iludimos. Esse processos têm altos ruídos com a política e altos ruídos com a geopolítica”, disse.

Segundo o presidente da CNI, a delegação brasileira tinha clareza de que a tarefa não seria simples. “Nunca nos iludimos. O processo tem altos ruídos com a política e a geopolítica”, reforçou. Ele acrescentou que os encontros ajudaram a mostrar a empresários norte-americanos a importância da parceria com o Brasil. “Conseguimos sensibilizar os empresários americanos da necessidade da parceria, já que muitos produtos não têm fornecedor alternativo”, concluiu.

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