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Vice-presidente da PowerChina no Brasil destaca avanços e desafios da transição energética no país

Brasil já possui 84% da matriz elétrica renovável

Empresa PowerChina (Foto: Bianca Penteado)

Por Bianca Penteado, de Pequim – O Brasil tem se consolidado como um dos protagonistas globais na transição energética, com uma matriz elétrica e uma matriz energética 84% e 45% já renováveis, respectivamente. Em entrevista ao Brasil 247, Helena Zhang, vice-presidente da PowerChina no Brasil, empresa reconhecida como referência global em infraestrutura energética, destacou que o país possui condições privilegiadas para acelerar a redução do uso de combustíveis fósseis.

A executiva ressaltou que políticas públicas bem definidas e a riqueza de recursos naturais oferecem confiança para investidores.

“O Brasil tem recursos muito bons: recursos solares, recursos eólicos, recursos hidrelétricos, que permitem essa transição energética. E o governo do Brasil tem uma política clara”, afirmou. 

“Com base nesses planos e políticas, os participantes do mercado têm a possibilidade de entender e participar da alteração energética. Além disso, a modernização da rede e o desenvolvimento do armazenamento [de energia] tornam-se uma direção muito importante para os investidores, criando oportunidades de cooperação entre empresas brasileiras e a PowerChina também", disse.

De acordo com dados do Guia sobre Transição Energética, divulgado pela Petrobras, a geração de energia eólica e solar cresceu no país nos últimos cinco anos a ponto de superar a geração via gás natural.

Apesar do avanço na transição energética, Zhang afirmou que a falta de infraestrutura em algumas regiões pode travar o processo. “A rede de transmissão não é tão robusta, e não sei como a energia pode chegar aos consumidores. Por isso, é preciso acelerar os passos na construção de novas redes de transmissão para atender à necessidade da população”, destacou.

Parque solar no Ceará

A PowerChina deu início, em agosto de 2023, à construção de um parque solar no interior do Ceará, nos municípios de Mauriti e Milagres. O projeto, orçado em R$ 1,8 bilhão, prevê capacidade de 425 megawatts pico e pode reduzir anualmente a emissão de dióxido de carbono para a atmosfera em aproximadamente 807 mil toneladas.

Ao ser questionada sobre novos projetos da empresa no país, Helena confirmou o interesse em ampliar a atuação no território brasileiro. “É uma região muito importante para a PowerChina, que tem muitos recursos: solar, eólica. A empresa está sempre avaliando oportunidades de investimento nessa região [Nordeste]”, declarou.

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