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“Tenho obsessão pela educação”, diz Lula

O presidente fez um discurso emotivo em que relembrou sua trajetória e a relação pessoal com a educação

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia de comemoração pelo Dia dos Professores e de anúncios relativos ao Programa Mais Professores para o Brasil. Arena Carioca 2, Parque Olímpico – Rio de Janeiro (RJ) (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

247 - Durante cerimônia no Ginásio Educacional Olímpico Isabel Salgado, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância da educação como prioridade de seu governo e anunciou a abertura do sistema de solicitação da Carteira Nacional Docente do Brasil (CNDB). O evento marcou o Dia do Professor e reuniu autoridades e profissionais da área.

Lula fez um discurso emotivo em que relembrou sua trajetória e a relação pessoal com a educação, ressaltando que sua militância pelo ensino nasceu daquilo que lhe faltou. “Eu tenho um curso primário e um curso de Senai. É o que eu tenho na vida. E a minha obsessão pela educação é porque eu não tive as coisas que eu acho que deveria ter”, declarou.

Defesa da igualdade de oportunidades

O presidente ressaltou que sua luta pela educação pública de qualidade tem como objetivo garantir que filhos de trabalhadores tenham as mesmas condições que os de famílias ricas. “Eu quero que o filho de uma simples empregada doméstica possa disputar uma vaga na universidade ao lado do filho da patroa dela e que vença quem aprendeu mais, quem estudou mais. Eu não quero prejudicar ninguém, apenas quero garantir que todos tenham a mesma oportunidade”, afirmou.

Lula também criticou a ideia de que a sociedade brasileira deve se conformar com desigualdades históricas. Para ele, somente o povo organizado pode mudar essa realidade. “Se criou nesse país a ideia de que somos de segunda classe. Mas só nós podemos mudar isso”, reforçou.

Críticas políticas e apelo à participação

No discurso, Lula aproveitou para criticar governos anteriores e a postura de quem se elege em nome do combate à corrupção, sem resultados concretos. “A gente que ficou aí não fez porra nenhuma, se deteve na corrupção e foi eleito. Eleito em nome de quê?”, questionou.

Ele fez ainda um apelo direto ao público presente: “Quando vocês acharem que o Lula não presta, que o Eduardo Paes não presta, que o vereador ou o deputado não prestam, é direito de vocês. Mas, pelo amor de Deus, ao invés de votar em alguém pior, sejam vocês os candidatos. Vocês são as pessoas boas que podem mudar esse país”.

O presidente citou o trabalho do ministro da Educação, Camilo Santana, a quem desafiou a superar Fernando Haddad, ex-ministro da área. “Camilo está sendo um extraordinário ministro. Quando ele foi governador, tinha a melhor educação de todos os 27 estados. Hoje, 40% dos alunos que ingressam no ITA vêm do Ceará”, destacou.

Educação como motor do desenvolvimento

Lula reiterou que a educação deve ser o alicerce para que o Brasil avance no campo da tecnologia e da inovação, deixando de ser apenas exportador de commodities. “Esse país não pode continuar sendo só exportador de soja e milho. Nós temos que exportar inteligência, conhecimento e tecnologia. E isso nós aprendemos na escola”, afirmou.

Um recado ao futuro

Próximo de completar 80 anos, Lula encerrou o discurso em tom pessoal e otimista, dizendo manter a energia de um jovem. “Esse jovem de 80 anos que está aqui tem energia de 30. Os anos passam, mas quando a gente tem uma causa, a cabeça continua intacta. E a minha causa é a educação”, concluiu, arrancando aplausos da plateia.

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