"Queremos que fabriquem e vamos comprar", diz secretária da Saúde sobre antídoto contra metanol

247 - A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Mariângela Batista Galvão Simão, revelou que o governo brasileiro identificou três potenciais fabricantes do Fomepizol, medicamento considerado o tratamento mais eficaz contra intoxicação por metanol. A declaração foi feita durante entrevista ao programa Estúdio i, da GloboNews, nesta sexta-feira (3).

Segundo informações do g1, um dos possíveis fornecedores é da Índia e outros dois estão nos Estados Unidos. A medida busca responder a uma emergência: até a tarde de ontem (2), o Brasil havia registrado 59 notificações relacionadas à intoxicação por metanol, sendo 11 confirmadas em análises laboratoriais.

Antídoto escasso no mercado global

O Fomepizol é considerado mais indicado que o etanol farmacêutico, usado atualmente nos hospitais brasileiros, mas sua disponibilidade é extremamente restrita. Trata-se de uma "droga órfã", de difícil acesso e não produzida em larga escala no mercado internacional.

Mariângela Simão destacou o esforço diplomático e regulatório para viabilizar a compra. “A gente já oficiou para esse produtor na Índia, e dois nos Estados Unidos. Então, do mundo inteiro, é isso que tem hoje. O Ministério está tomando as providências, porque nós queremos ter esse antídoto também no Brasil. Ainda não está disponível no mundo, mas a gente quer que fabriquem e nós vamos comprar”, afirmou a secretária.

Ação imediata da Anvisa

Diante da urgência, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acionou órgãos reguladores de diferentes países para facilitar a importação do Fomepizol. A estratégia busca acelerar os trâmites burocráticos e garantir que o Brasil tenha acesso ao medicamento, considerado essencial para salvar vidas em casos graves de intoxicação.