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      PF encontra a prova de que Bolsonaro se aliou a Trump para coagir o Judiciário

      Conversas entre Jair Bolsonaro e representante da Trump Media indicam alinhamento do ex-presidente a interesses de grupo estrangeiro

      Bolsonaro com sua tornozeleira (Foto: Divulgação)

      André Richter - Repórter da Agência Brasil

      O ex-presidente Jair Bolsonaro pediu orientações ao advogado norte-americano Martin Luca, ligado ao presidente Donald Trump, para se pronunciar sobre o tarifaço aplicado contra as exportações brasileiras. Luca representa as redes sociais Rumble e Trump Media nos Estados Unidos.

      A conversa consta no relatório no qual a Polícia Federal (PF) indiciou Bolsonaro e um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), no caso das sanções dos Estados Unidos. Durante as investigações, o celular do ex-presidente foi apreendido pelos agentes.

      Durante uma conversa captada pela investigação, Bolsonaro pediu ajuda para produzir uma nota e divulgá-la nas redes sociais.

      “Martin, peço que você me oriente também, me desculpa aqui tá, minha modéstia, como proceder. Eu fiz uma nota, acho que eu te mandei. Tá certo? Com quatro pequenos parágrafos, boa, elogiando o Trump, falando que a questão de liberdade tá muito acima da questão econômica. A perseguição a meu nome também, coisa que me sinto muito pô, fiquei muito feliz com o Trump, muita gratidão a ele. Me orienta uma nota pequena da tua parte, que eu possa fazer aqui, botar nas minhas mídias, pra chegar a vocês de volta aí. Obrigado aí. Valeu, Martin”, disse Bolsonaro, em mensagem de áudio.

      Em seguida, Martin disse que Bolsonaro deveria “melhorar a comunicação em relação ao tarifaço”.

      Ao analisar a conversa, a PF concluiu que Bolsonaro atua de “forma subordinada a interesses de agentes estrangeiros”.

      “O áudio atribuído a Jair Bolsonaro demonstra que o ex-presidente atua de forma subordinada a interesses de agentes estrangeiros, em alinhamento previamente condicionado ao atendimento de pretensões dissociadas ao interesse nacional, direcionadas a vulnerar a independência dos poderes constituídos, especialmente o poder Judiciário, por meio de atos de coação ao seu órgão de cúpula, e a soberania nacional”, diz o relatório.
       

      Defesa

      Mais cedo, a defesa de Bolsonaro disse que foi surpreendida com o indiciamento e garantiu que vai prestar os esclarecimentos solicitados ontem pelo ministro Alexandre de Moraes.

      Pelas redes sociais, Martin Luca criticou Moraes e disse que atua na orientação jurídica e de comunicação.

      "Por essa lógica, [da PF] qualquer político que consulte um advogado está conspirando para derrubar a democracia", declarou.

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