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PF deflagra operação contra fraude no BPC para venezuelanos em Roraima

Mandados atingem escritórios de advocacia e suspeitos de esquema que movimentou R$ 16 milhões

Agentes da Polícia Federal (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

247 - A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (24) a Operação Cessatio, com o objetivo de desmantelar esquemas criminosos que atuavam na obtenção fraudulenta do Benefício de Prestação Continuada (BPC-Loas), voltado a pessoas idosas em situação de vulnerabilidade. De acordo com informações da própria PF, o foco da investigação é a concessão irregular do benefício a cidadãos venezuelanos no estado de Roraima.

Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão nas cidades de Boa Vista e Pacaraima, com foco em oito investigados, entre eles sete escritórios de advocacia suspeitos de participar do esquema. A operação é fruto do aprofundamento de investigações iniciadas na Operação Ataktos, deflagrada em 2024, e de denúncias que apontavam a concessão do benefício a pessoas que sequer residiam no Brasil.

Segundo a PF, os grupos criminosos, embora independentes, agiam de forma organizada: agenciadores recrutavam idosos venezuelanos ainda em território estrangeiro, providenciavam documentos e cadastros falsos, e os traziam ao Brasil para requerer o benefício assistencial. Após a aprovação, muitos retornavam ao país de origem, mas continuavam recebendo os valores indevidamente.

A Justiça Federal determinou o bloqueio de bens e valores que somam cerca de R$ 16 milhões, além de impor medidas cautelares, como a suspensão das atividades econômicas dos envolvidos. Entre os investigados, há também um delegado da Polícia Civil aposentado, apontado como responsável por intermediar e viabilizar centenas de concessões fraudulentas do benefício.

Esta é a sexta operação da Polícia Federal em Roraima voltada ao combate a fraudes no BPC, que é um benefício garantido pela Lei Orgânica da Assistência Social (Loas) a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. Os envolvidos poderão responder por crimes como estelionato majorado, associação criminosa, entre outros que possam ser identificados ao longo da investigação.

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