“Não queremos anistia para golpista nem assassino”, diz Edinho Silva
Na Avenida Paulista, presidente do PT critica proposta de anistia e pede medidas que beneficiem a classe trabalhadora
247 - Durante manifestação realizada neste domingo (21) na Avenida Paulista, em São Paulo, o presidente nacional do PT, Edinho Silva, foi categórico ao rejeitar a proposta de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a outros condenados pelos atos de 8 de janeiro.
Em discurso em cima de um carro de som, ele declarou: “Não queremos anistia para golpista nem assassino”.Edinho defendeu, em contrapartida, que o perdão seja direcionado a pautas sociais. “Queremos anistia para quem paga imposto e não deveria pagar imposto. Queremos anistia para o trabalhador com o fim da jornada 6x1. Queremos anistia para o fim do transporte pago, queremos tarifa zero”, afirmou, segundo reportagem do Metrópoles.
Protesto ganha força em São Paulo
O ato, convocado por sindicatos, movimentos sociais e parlamentares de esquerda, começou às 14h e rapidamente ocupou todas as faixas da Avenida Paulista. A mobilização teve como principal objetivo protestar contra a chamada PEC da Blindagem e contra qualquer tentativa de anistiar crimes ligados à tentativa de golpe.
A deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL) ressaltou a importância de a oposição demonstrar capacidade de mobilização. “Os parlamentares que votaram na PEC, agora, já se arrependeram”, afirmou em entrevista ao Metrópoles.
Políticos e artistas se unem no ato
Entre os presentes estavam os deputados Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB). A manifestação também contou com forte participação da classe artística, incluindo Marina Lima, Otto, Leoni, João Suplicy, Jota.Pê, Curumin, Sophia Chablau, Luiz Thunderbird e o grupo Rap Plus Size.
O cantor Jota.Pê criticou duramente a proposta em debate no Congresso: “A PEC da Blindagem é um dos maiores absurdos da história recente do país”.
Avanço no Congresso aumenta tensão
As manifestações ocorreram dias após a aprovação da urgência da proposta de anistia na Câmara dos Deputados, por 311 votos a 163. O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) foi nomeado relator pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Apesar de ser apresentada em uma versão considerada “light”, a proposta tem sido vista por opositores como uma manobra para beneficiar envolvidos em crimes contra a democracia. As mobilizações nacionais deste domingo buscam justamente mostrar que a sociedade civil e setores da cultura permanecem atentos e contrários a qualquer medida nesse sentido.