Lula pode retomar acordo sobre metais críticos em encontro com Trump
Parceria com os EUA pode ser reciclada para fortalecer produção de baterias, semicondutores e energia limpa
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia reabrir negociações antigas com os Estados Unidos durante a reunião que terá com o presidente norte-americano, Donald Trump, na próxima semana. A iniciativa prevê a retomada de um projeto elaborado em parceria com o democrata Joe Biden, que chegou a ser discutido antes da transição de poder em Washington, mas acabou suspenso após a vitória republicana.
Segundo a coluna do jornalista Gustavo Uribe, da CNN Brasil, a proposta inicial foi desenhada em 2023, quando Brasília e Washington tratavam de cooperação em torno de metais críticos, insumos essenciais para indústrias de alta tecnologia. Com a mudança na Casa Branca e a interrupção do diálogo bilateral, o plano foi arquivado, mas o governo brasileiro vê agora um cenário propício para recolocar o tema na mesa de negociações.
Metais críticos e indústria de alto valor agregado
O projeto envolve uma aliança estratégica com empresas norte-americanas para desenvolver produtos manufaturados de alto valor agregado, como baterias, semicondutores, automóveis elétricos, painéis solares e turbinas eólicas. A proposta difere do modelo tradicional de exportação de matérias-primas, já que o Brasil não forneceria apenas lítio ou nióbio em estado bruto. A ideia é que a produção ocorra no país, com fábricas estrangeiras pagando impostos locais e gerando empregos.
Esse interesse pelos recursos brasileiros já havia sido sinalizado de forma informal pelo encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos em Brasília, Gabriel Escobar, que discutiu o tema com representantes do setor privado nacional.
Preparação para a conversa com Trump
Para estruturar a proposta antes do encontro, Lula deve reunir no próximo fim de semana ministros de áreas estratégicas. Estão previstos na preparação Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Fernando Haddad (Fazenda). A expectativa é que esses auxiliares acompanhem a conversa direta com Trump, reforçando os pontos técnicos e políticos da pauta.