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      Lula não descarta conversa com Trump nos EUA: "se ele quiser negociar, o 'Lulinha paz e amor' está de volta"

      Presidente afirmou que o Brasil está aberto a negociações com os Estados Unidos, mas cobrou respeito e igualdade nas relações

      Lula e Donald Trump (Foto: ABR | Reuters)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta sexta-feira (29), em entrevista à Rádio Itatiaia, que não descarta a possibilidade de dialogar com Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, durante a próxima Assembleia-Geral da ONU em Nova York. Lula ressaltou, porém, que a iniciativa dependerá do próprio Trump.

      “Se o Trump quiser negociar, o ‘Lulinha paz e amor’ está de volta. Eu não quero guerra com os Estados Unidos. Quero negociar, quero a verdade em cima da mesa”, disse o presidente, ao comentar os entraves recentes nas relações comerciais entre os dois países.

      Relação comercial e disputa na OMC

      Lula afirmou que o Brasil já deu entrada em processo na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra medidas norte-americanas consideradas prejudiciais e abusivas, mas destacou que ainda vê espaço para entendimento anter de adotar medidas de reciprocidade. “Já entramos com processo na OMC. Então nós temos que dizer que também temos coisas para fazer contra os Estados Unidos. Mas eu não tenho pressa, porque quero negociar”, afirmou.

      O presidente destacou que a balança comercial favorece os EUA e que não há motivo para que Washington questione a parceria. “Se tem uma coisa que os americanos não podem reclamar é da relação comercial com o Brasil. Ela é vantajosa para os Estados Unidos”, reforçou.

      Possível encontro na ONU

      Questionado sobre um eventual encontro com Trump em Nova York, Lula disse que não há agenda prevista, mas não descartou a possibilidade de uma conversa nos bastidores do evento. “Vai depender dele. Eu vou estar no mesmo espaço. Ele pode chegar antes e conversar comigo, pode não querer conversar. Mas se o Trump ou qualquer pessoa de relevância do governo americano quiser negociar sério com o Brasil, nós estaremos dispostos 24 horas por dia”, afirmou.

      Igualdade e soberania

      Lula também ressaltou que o Brasil não aceitará relações de submissão com os Estados Unidos. “O Brasil não vai se submeter. Nós não adotamos a complexidade de vira-lata. Nós somos iguais. Não queremos conversar com ninguém de forma subalterna”, disse.

      Segundo ele, a disposição ao diálogo sempre existiu, independentemente do presidente norte-americano no cargo. “Eu já fui à Casa Branca com o Bush, com o Obama, com o Biden. Não tenho nenhum problema com o Trump. O Trump é um problema do povo americano. Eu respeito porque foi eleito, e quero que ele respeite o Brasil com a sua soberania. O Brasil é dono do seu nariz”, concluiu Lula.

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