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Lula lança novo crédito imobiliário e programa de reformas para famílias de baixa renda

Governo aposta em injetar R$ 20 bilhões no setor habitacional e cria linhas especiais para reforma de casas com juros reduzidos

Lula (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou que apresentará, nesta sexta-feira (10), em São Paulo, um novo modelo de crédito imobiliário. A iniciativa tem como objetivo ampliar o acesso a financiamentos habitacionais em um cenário de queda na disponibilidade de recursos da caderneta de poupança, tradicional fonte de funding do setor.

Segundo informações divulgadas pelo jornal Valor Econômico, além da reformulação no crédito imobiliário, Lula também vai lançar um programa de reforma de moradias voltado para diferentes faixas de renda. A medida é considerada estratégica pelo governo em ano eleitoral e deve movimentar pelo menos R$ 20 bilhões no mercado imobiliário, com recursos inicialmente fornecidos por bancos públicos.

Mudanças no crédito imobiliário

O modelo atual obriga que 65% dos depósitos da poupança sejam direcionados ao crédito imobiliário, 20% sejam mantidos como compulsório no Banco Central e outros 15% fiquem de livre alocação para os bancos. Com a nova proposta, parte dessas exigências será flexibilizada, abrindo espaço para instrumentos de mercado ampliarem a oferta de crédito.

Para evitar resistências, o Conselho Monetário Nacional (CMN) deverá aprovar um período de transição. Nos primeiros 12 meses, funcionará um modelo híbrido, em que as regras antigas conviverão com as novas. A estratégia atende às demandas de construtoras e instituições financeiras, que manifestaram receio quanto ao impacto imediato das mudanças no funding para aquisição da casa própria.

Programa de reforma de moradias

Outra frente anunciada pelo governo será o programa nacional de reforma de moradias, dividido em três faixas de renda. Famílias com rendimento de até R$ 3,2 mil mensais terão acesso a crédito com juros de 1,17% ao mês. Já para quem recebe entre R$ 3,2 mil e R$ 9,6 mil, a taxa será de 1,95% ao mês. Acima desse valor, a cobrança seguirá parâmetros próximos ao mercado.

A definição das taxas foi um ponto sensível dentro do governo. Lula considerou inicialmente elevadas as primeiras propostas, que superavam a Selic, atualmente em 15% ao ano. Com os ajustes, o Palácio do Planalto acredita que o programa ganhará maior adesão das famílias e impacto social mais efetivo.

Expectativas e próximos passos

A previsão é de que, ainda em outubro, a linha de crédito para reformas já esteja disponível na Caixa Econômica Federal. O governo aposta que a medida ajudará a impulsionar a geração de empregos no setor da construção civil, além de melhorar as condições de moradia de milhões de brasileiros.

A iniciativa, ao lado da revisão no modelo de crédito imobiliário, marca um novo capítulo na política habitacional do país e deverá ter papel central nas agendas econômica e social do governo nos próximos meses.

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