Lula é aconselhado a entrar na linha de frente digital em defesa da reforma do IR e contra escala 6x1

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sido orientado por sua equipe no Palácio do Planalto a assumir papel mais direto na comunicação digital do governo, com foco na defesa de pautas sociais estratégicas. A ideia é que Lula grave vídeos para as redes sociais ou até mesmo faça um pronunciamento oficial em cadeia nacional. As informações são da CNN Brasil.

A proposta surge em meio à tentativa do governo de acelerar a tramitação de dois projetos considerados prioritários: a atualização da tabela do Imposto de Renda e o fim da escala de trabalho 6x1. No caso do IR, a proposta em análise na Câmara prevê isenção para quem ganha até R$ 5 mil mensais, além da taxação de rendas superiores a R$ 50 mil. O relator da proposta, deputado Arthur Lira (PP-AL), já teria alinhado os principais pontos com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pode apresentar parecer final ainda nesta semana.

Já a pauta que busca extinguir a escala 6x1 — na qual o trabalhador tem direito a apenas um dia de descanso a cada seis dias de trabalho — vem sendo articulada pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. A expectativa do governo é que o texto avance no Congresso ainda neste ano.

Segundo avaliação interna do Planalto, o momento é considerado oportuno. Pela primeira vez, segundo integrantes do governo, a esquerda conseguiu dominar a narrativa nas redes sociais ao fazer críticas ao Congresso Nacional e ao mesmo tempo defender propostas populares, como a taxação dos super-ricos.

Ainda de acordo com o governo, perfis de esquerda têm conseguido dialogar com o centro político nas redes, ampliando o alcance do discurso social. Especialistas em inteligência artificial estariam sendo mobilizados para auxiliar na produção de conteúdo mais eficaz e direcionado.

Lula deve definir seu posicionamento sobre as pautas ainda nesta semana, após reuniões com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Até lá, a expectativa é de intensificação das ações digitais em defesa das medidas.