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Líder do PDT na Câmara diz que partido desembarcou da base do governo por descontentamento: 'não tem chantagem'

"Nossa relação com o governo já não era boa há dois anos e pouco", disse Mário Heringer

Deputado federal Mário Heringer (PDT) (Foto: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados)

247 - O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG), afirmou que a decisão do partido de deixar a base aliada do governo Lula não pode ser considerada chantagem, mas o desfecho de dois anos de descontentamento, que culminaram na demissão do pedetista Carlos Lupi do Ministério da Previdência. Para Heringer, o afastamento foi uma medida necessária após repetidas insatisfações com a condução das relações do governo com a bancada do PDT.

"A nossa relação com o governo já não era boa há dois anos e pouco. A gota d'água foi esse momento, mas não estamos fazendo chantagem", declarou o deputado à CNN Brasil, nesta quarta-feira (7), de acordo com o UOL. Segundo ele, embora a decisão de romper com o governo "possa parecer oportunismo", as críticas à relação com a administração petista foram constantes durante todo esse período.

Após uma reunião realizada na terça-feira (6), a bancada do PDT na Câmara decidiu se tornar independente do governo. O partido, que conta com 17 deputados, se distanciou oficialmente da base aliada. Em contraste, a bancada do partido no Senado anunciou que permanecerá na base, com os três senadores da sigla afirmando que mantêm a proximidade com o governo em função de projetos importantes para o país.

O rompimento do PDT ocorreu após a troca do ministro da Previdência, Carlos Lupi, que também é presidente do partido. Lupi entregou seu cargo na semana passada, após a operação da Polícia Federal que revelou um esquema de corrupção no INSS, que desviou mais de R$ 6 bilhões de aposentadorias e pensões por meio de descontos irregulares. 

Para Heringer, não há desentendimento interno entre os parlamentares pedetistas das duas Casas. Ele defendeu a nomeação de Wolney Queiroz, também do PDT, como o novo ministro da Previdência, como uma escolha "ideal". Contudo, criticou a maneira como a troca ocorreu, sugerindo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria ter convidado Lupi para discutir a decisão. "Seria um gesto de apoio ao nosso partido e ao nosso ministro, que, tenho certeza, não cometeu nenhum deslize", afirmou.

O deputado destacou que, de acordo com atas de reuniões, Lupi tinha conhecimento das denúncias ao menos desde junho de 2023. O INSS, no entanto, só tomou medidas efetivas para coibir os abusos quase um ano depois, em março de 2024, ao publicar novas regras sobre os descontos em benefícios oferecidos pelas associações.

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