Lewandowski rejeita equiparar facções criminosas a terrorismo no Rio
Ministro da Justiça anuncia cooperação com o governo fluminense após operação com mais de 100 mortos
247 - Durante coletiva de imprensa na noite de quarta-feira (29), ao lado do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que é fundamental distinguir atos de terrorismo de ações cometidas por facções criminosas.
A declaração foi feita após uma operação policial no estado que resultou na morte de mais de 100 suspeitos. As informações são da CNN Brasil, que acompanhou o pronunciamento realizado no Palácio Guanabara, sede do governo fluminense.
Lewandowski ressaltou que o terrorismo envolve uma motivação ideológica, enquanto o crime organizado é estruturado de forma distinta. “Uma coisa é terrorismo, outra são facções criminosas. O terrorismo envolve sempre uma nota ideológica, uma atuação política, repercussão social e fatores ideológicos. Já as facções criminosas são constituídas por grupos que sistematicamente praticam crimes previstos no Código Penal. É muito fácil identificar o que é uma facção criminosa. Já o terrorismo envolve uma avaliação mais subjetiva”, explicou.
O ministro reforçou que o governo federal não pretende confundir os dois tipos de atuação, pois isso dificultaria o combate às organizações criminosas. “Estamos acompanhando à distância, oferecendo ajuda naquilo que for possível. Temos uma posição que já foi externada várias vezes”, afirmou.
Lewandowski também destacou que não há, neste momento, uma avaliação do Ministério da Justiça sobre a operação em andamento no Rio, uma vez que a responsabilidade é exclusiva do governo estadual.
Cooperação entre governos
Durante o evento, Cláudio Castro e Lewandowski anunciaram uma parceria entre os governos estadual e federal para o enfrentamento ao crime organizado. O governador destacou a importância da união institucional: “Independente de erros ou acertos, saímos daqui hoje com uma grande oportunidade”, afirmou.
Castro informou ainda que o governo federal ofereceu apoio imediato, com a criação de um Escritório Emergencial para coordenar ações conjuntas entre a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A discussão sobre o tema ganhou força após a divulgação de um relatório encaminhado há cerca de oito meses pelo governo fluminense ao governo do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O documento, segundo fontes ligadas a Castro, classificava o Comando Vermelho como um “grupo terrorista com atuação nos Estados Unidos”.


