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Janja articula viagens para reduzir resistência de evangélicos ao governo Lula

Primeira-dama aposta em encontros com mulheres evangélicas para dialogar sobre políticas públicas e aproximar o governo do segmento

Janja Lula da Silva (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)

247 - A primeira-dama Janja Lula da Silva tem ampliado sua agenda de viagens pelo país em uma estratégia de diálogo com mulheres evangélicas, grupo que historicamente apresenta maior resistência ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e mantém forte simpatia por Jair Bolsonaro (PL). Só nos últimos três meses, ela já esteve em cidades como Rio de Janeiro, Salvador, Manaus, Ceilândia Norte e, nesta semana, Caruaru, em Pernambuco.

Segundo a CNN Brasil, essas visitas são parte de um movimento articulado pela Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, com o objetivo de compreender como as políticas públicas federais impactam a vida das mulheres e suas famílias. O contexto é delicado: de acordo com o Datafolha, 52% dos evangélicos avaliam o governo Lula como ruim ou péssimo.

Encontros com mulheres evangélicas

Nos encontros, Janja tem enfatizado o papel das mulheres na luta contra a desigualdade social e na defesa de políticas de dignidade, saúde, geração de renda e combate à pobreza menstrual. “Mulheres são agentes de transformação em todas as comunidades que fazem parte”, afirmou a primeira-dama no final de agosto.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, acompanhou Janja em algumas dessas reuniões, reforçando a pauta voltada para inclusão social e valorização de lideranças femininas nas comunidades evangélicas.

Impacto político e imagem pública

Os encontros ocorrem em um momento em que a atuação da primeira-dama também vem sendo medida pela opinião pública. Levantamento do Datafolha em junho mostrou que 36% dos brasileiros acreditam que suas ações mais atrapalham do que ajudam o governo; 14% avaliam o contrário; já 40% consideram que sua presença não interfere e 10% não têm opinião formada.

Especialistas avaliam que as reuniões com mulheres evangélicas cumprem um papel estratégico: esse público exerce forte influência em comunidades e igrejas locais, o que pode ajudar a diminuir a rejeição do governo entre o segmento religioso.

A presença no podcast “Papo de Crente”

Além das viagens, Janja e o presidente Lula participaram recentemente do podcast “Papo de Crente”. Na ocasião, Lula destacou que evita comparecer a cultos durante campanhas para não dar uso político aos espaços religiosos. “Não utilizo a igreja como palanque”, afirmou, defendendo que a religião não deve ser usada para dividir a sociedade.

Janja também participou da gravação e explicou sua motivação: “Eu senti a necessidade de entender como as políticas públicas do governo do presidente Lula têm atingido as mulheres, principalmente das periferias, as mulheres negras… a gente não está falando de religião, a gente está falando do impacto dessas políticas na vida das mulheres”.

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