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      Indiciados pela PF, Bolsonaro e Eduardo podem pegar 12 anos de cadeia

      Jair e Eduardo Bolsonaro foram indiciados pela Polícia Federal por coação no curso do processo e abolição violenta do Estado Democrático de Direito

      Eduardo e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - A Polícia Federal (PF) indiciou Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), sob as acusações de coação no curso do processo e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A apuração indica que os dois atuaram para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) durante o julgamento que envolve Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Somadas, as penas previstas podem chegar a 12 anos de prisão, informa o jornal O Globo.

      De acordo com a PF, mensagens obtidas mostram que pai e filho buscaram apoio junto a autoridades dos Estados Unidos para interferir em processos judiciais no Brasil. Segundo o relatório, houve uma “ação consciente e voluntária junto a autoridades norte-americanas para obter medidas contra o Estado brasileiro com a finalidade de coagir autoridades brasileiras, em especial ministros do Supremo Tribunal Federal”.

      Pressão internacional e apoio de Donald Trump

      O documento aponta que Eduardo Bolsonaro, atualmente residindo nos Estados Unidos, articulou contatos políticos para sustentar a narrativa de que Bolsonaro seria vítima de perseguição judicial. O presidente dos EUA, Donald Trump, chegou a adotar medidas contra o Brasil, incluindo tarifas sobre produtos brasileiros e sanções contra ministros do STF, como Alexandre de Moraes, utilizando a chamada Lei Magnitsky.

      Mensagens apresentadas pela PF indicam que Eduardo buscava garantir a proteção do pai diante das ações penais. Em uma delas, enviada em julho, ele escreveu: “Se a anistia light passar, a última ajuda vinda dos EUA terá sido o post do Trump. Eles não irão mais ajudar (…) Temos que decidir entre ajudar o Brasil, brecar o STF e resgatar a democracia OU enviar o pessoal que esteve num protesto que evoluiu para uma baderna para casa num semiaberto”.

      Na mesma data, Donald Trump declarou em sua rede social que o Brasil estaria cometendo uma “coisa terrível” contra Bolsonaro, afirmando acompanhar uma “caça às bruxas” contra o aliado político.

      Defesa de Eduardo Bolsonaro

      Em nota divulgada nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro classificou o indiciamento como “absolutamente delirante”. Segundo ele, sua atuação no exterior teria como finalidade “restabelecer as liberdades individuais no país” e não interferir em processos em curso.

      “É lamentável e vergonhoso ver a Polícia Federal tratar como crime o vazamento de conversas privadas, absolutamente normais, entre pai e filho e seus aliados. O objetivo é evidente: não se trata de justiça, mas de provocar desgaste político. Se meu crime for lutar contra a ditadura brasileira, declaro-me culpado de antemão”, escreveu.

      Envolvimento de Silas Malafaia

      A operação também atingiu o pastor Silas Malafaia, alvo de busca e apreensão ao desembarcar no Rio de Janeiro, vindo de Lisboa. Segundo a PF, ele teria atuado de forma articulada com Bolsonaro e Eduardo, configurando “atos executórios” dos crimes investigados.

      Mensagens coletadas revelam que o líder religioso estimulava estratégias de pressão contra o STF. Em julho, Malafaia enviou a Bolsonaro uma mensagem sobre um vídeo que planejava publicar nas redes sociais em resposta ao aumento tarifário imposto por Donald Trump. “Presidente, você voltou para o jogo. (…) A próxima retaliação vai ser contra ministros do STF e suas famílias. Vão dobrar a aposta apoiando o ditador? DUVIDO”, escreveu.

      De acordo com a PF, as evidências reforçam a existência de uma “empreitada criminosa” voltada a intimidar ministros do STF e favorecer os interesses de Bolsonaro no processo que apura a tentativa de golpe de Estado.

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