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Ibovespa tem 13ª alta seguida e fecha acima dos 154 mil pontos

Impulsionado pela Petrobras, índice bate novo recorde histórico e acumula 25 altas em 2025

Painel da B3 em São Paulo (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

247 - O Ibovespa alcançou nesta sexta-feira (7) sua 13ª alta consecutiva — a mais longa sequência de ganhos desde 1994 — e fechou em novo recorde nominal de 154.063,53 pontos. O avanço diário foi de 0,47%, consolidando o décimo recorde seguido e reforçando o otimismo dos investidores, mesmo diante das incertezas externas.

De acordo com a publicação, a principal força do pregão foi a Petrobras (PETR4; PETR3), cujas ações subiram mais de 3% após a divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2025. A estatal reportou lucro líquido de US$ 6,03 bilhões, um aumento de 2,7% em relação ao mesmo período de 2024, mesmo com a queda de 13,9% nos preços do petróleo. O Conselho de Administração também aprovou o pagamento de dividendos intercalares de R$ 12,16 bilhões — cerca de R$ 0,94 por ação.

Entre as demais companhias do índice, MBRF (MBRF3) teve forte alta após a China autorizar a importação de carne de frango do Brasil. Na ponta oposta, Cogna (COGN3) liderou as perdas, reflexo da realização de lucros depois de resultados ligeiramente acima das expectativas. Mesmo assim, o papel acumula valorização superior a 230% em 2025, mantendo-se como o melhor desempenho do Ibovespa no ano.

O dólar à vista (USBRL) recuou 0,25% e encerrou o dia cotado a R$ 5,3357. Na semana, a moeda norte-americana acumulou queda de 0,83% ante o real, enquanto o índice da B3 subiu 3,02%.

Contexto político e econômico

Durante a COP30, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o governo criará um fundo financiado por recursos da exploração de petróleo para apoiar medidas de adaptação às mudanças climáticas. O pronunciamento ocorreu em uma sessão sobre transição energética e foi bem recebido por agentes do mercado.

No cenário político, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para rejeitar o recurso do ex-presidente Jair Bolsonaro, que contestava sua condenação por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes.

Entre os indicadores econômicos, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) recuou 0,03% em outubro, revertendo a alta de 0,36% registrada em setembro. A queda foi menor do que o esperado pelos analistas consultados pela Reuters, sinalizando estabilidade nos preços.

Cenário internacional

Nos Estados Unidos, as bolsas fecharam sem direção única. O prolongamento da paralisação do governo — o mais longo shutdown da história — manteve o Federal Reserve sem acesso a dados oficiais como o relatório de empregos (payroll), pelo segundo mês consecutivo.

A confiança do consumidor norte-americano, medida pela Universidade de Michigan, caiu para 50,3 pontos, o menor patamar desde junho de 2022. O número veio abaixo das expectativas, refletindo pessimismo com a economia e os resultados de grandes empresas de tecnologia.

Para Ricardo Trevisan, CEO da Gravus Capital, “a rápida concentração de investimentos em empresas de inteligência artificial criou uma vulnerabilidade latente: qualquer sinal de desaceleração nos lucros, cortes de pessoal ou deterioração dos indicadores econômicos amplificou as correções”.

Nos mercados, o Dow Jones subiu 0,16%, o S&P 500 avançou 0,13% e o Nasdaq caiu 0,22%. Na Europa, o índice Stoxx 600 recuou 0,55%, e na Ásia, o Nikkei caiu 1,19% e o Hang Seng perdeu 0,92%.

Mesmo com o cenário global incerto, o mercado brasileiro manteve a tendência de alta, sustentado pelos resultados corporativos positivos e pela força das ações da Petrobras, que seguem guiando o bom desempenho do Ibovespa em 2025.

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